quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Escondidos atrás das folhas

Leitura: Lucas 15:1-2

O capítulo 15 do Evangelho de Lucas começa dizendo que “todos os publicanos e pecadores estavam se reunindo para ouvi-lo. Mas os fariseus e os mestres da lei o criticavam: ‘Este homem recebe pecadores e come com eles’” (Lc 15:1-2). Publicanos eram judeus coletores de impostos que traíam seu povo por trabalharem para o invasor romano. Pecadores eram judeus com um comportamento contrário à Lei de Moisés, como prostitutas, homossexuais e ladrões ou mesmo samaritanos e gentios.

Deus havia dado a Lei a Israel como o padrão divino para o homem, provando assim ser ele era incapaz de viver segundo este padrão. Isto porque “quem obedece a toda a Lei, mas tropeça em apenas um ponto, torna-se culpado de quebrá-la inteiramente. Pois aquele que disse: ‘Não adulterarás’, também disse: ‘Não matarás’. Se você não comete adultério, mas comete assassinato, torna-se transgressor da Lei” (Tg 2:10-11). Portanto a Lei só serve para condenar, nunca para salvar. Mas os fariseus e outros religiosos judeus seguiam exteriormente a Lei como meio de salvação, vivendo de aparências.

Assim como fizeram nossos ancestrais no jardim do Éden, o ser humano junta “folhas de figueira para cobrir-se” (Gn 3:7). Ele tenta parecer exteriormente que está com seu pecado coberto pelas “folhas” da justiça própria. Folhas são o que embelezam a árvore, porém se esta não der frutos para nada serve. No Evangelho de Marcos você encontra o que Jesus fez à árvore sem frutos: “Vendo à distância uma figueira com folhas, foi ver se encontraria nela algum fruto. Aproximando-se dela, nada encontrou, a não ser folhas, porque não era tempo de figos. Então lhe disse: ‘Ninguém mais coma de seu fruto’. E os seus discípulos ouviram-no dizer isso... De manhã, ao passarem, viram a figueira seca desde as raízes” (Mc 11:13-20).


Quando Adão e Eva perceberam que Deus vinha ao encontro deles “esconderam-se da presença do Senhor Deus entre as árvores do jardim” (Gn 3:8). Ao perceber que suas “folhas” de justiça própria não serão suficientes aos olhos de Deus o ser humano corre para a religião, a reunião das “as árvores do jardim”, acreditando que camuflado entre as “folhas” de outros fique oculto aos olhos de Deus. Então ele passa a considerar-se melhor que aqueles que não têm uma religião ou cujos pecados são evidentes, como fazem os fariseus aqui.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

sera que voce foi enganado?

Leitura: Lucas 14:27

Se você foi a Cristo em busca de uma vida mansa e próspera neste mundo provavelmente foi enganado pelas promessas de um pregador do evangelho da prosperidade. O mesmo falso evangelho foi pregado pela serpente no Éden e oferecia tudo o que “parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos e... desejável para... se obter discernimento” (Gn 3:6). Foram estas também as tentações usadas pelo diabo ao sugerir que Jesus transformasse pedras em pão, para agradar seu “paladar”; ao encher seus “olhos” com todas as riquezas do mundo; e ainda insistir que saltasse do ponto mais alto do templo para fazer prova de Deus.

Em sua primeira epístola João nos exorta a não irmos atrás das coisas terrenas como as prometidas pelos pregadores da prosperidade. Ele diz: “Não amem o mundo nem o que nele há. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele. Pois tudo o que há no mundo -- a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens -- não provêm do Pai, mas do mundo. O mundo e a sua cobiça passam, mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para sempre” (1 Jo 2:15-17).

Esses pregadores apoiam suas promessas principalmente no Antigo Testamento, pois para Israel Deus prometeu sim prosperidade terrena, mas nunca bênçãos celestiais. Para a igreja, porém, a exortação é que “tendo o que comer e com que vestir-nos, estejamos com isso satisfeitos. Os que querem ficar ricos caem em tentação, em armadilhas e em muitos desejos descontrolados e nocivos, que levam os homens a mergulharem na ruína e na destruição, pois o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram a si mesmas com muitos sofrimentos” (1 Tm 6:8).

Pregadores assim certamente prosperam pregando um falso evangelho que apela para o ventre, a ganância e a ambição do ser humano. Paulo já alertava contra isso, ao dizer que “há muitos que vivem como inimigos da cruz de Cristo. Quanto a estes, o seu destino é a perdição, o seu deus é o estômago e têm orgulho do que é vergonhoso; eles só pensam nas coisas terrenas. A nossa cidadania, porém, está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3:18-20).

Portanto esqueça a ideia de que seguir a Cristo seja fácil em um mundo cujo príncipe é Satanás. Você sofrerá oposição e perseguições, e ainda será zombado quando não conseguir viver aquilo que prega.