ATRIBUTOS DE DEUS
Parte 1 (i)
A unidade de Deus
Esse atributo é também chamado de simplicidade, obviamente
não no sentido de facilidade de compreensão ou apreensão, mas significando que
Deus é não complexo ou não é composto de partes. Sua essência é una e
indivisível. Deus não é composto pela soma de todos os Seus atributos. Cada
atributo de Deus corresponde à verdade em relação a toda a Sua essência. Os
vários atributos através dos quais procuramos compreender algo sobre a Pessoa
de Deus não podem ser entendidos separadamente.
Além dos atributos que dizem respeito especificamente a
Deus, segundo Bavinck, os Seus atributos comunicáveis são muito numerosos e, se
“quiséssemos tratar deles adequadamente nós teríamos que fazer uso de todos os
nomes, imagens e comparações que as Sagradas Escrituras usam... A Escritura usa
todo o mundo orgânico e inorgânico para fazer com que Deus seja real para nós,
e compara-o com um leão, uma águia, um sol, um fogo, uma fonte, um escudo, e
assim por diante”. Todavia, todas as comparações servem apenas para nos dar uma
idéia do Ser uno e indivisível de Deus.
Como já vimos (Breve Catecismo de Westminster), Deus é
Espírito infinito, eterno e imutável. Sendo Deus uno e indivisível, essas
qualificações referem-se tanto ao Seu ser como a todas as Suas perfeições.
Portanto, a justiça de Deus é infinita, eterna e imutável; o amor de Deus é
infinito, eterno e imutável; a sabedoria de Deus é infinita, eterna e imutável;
a santidade de Deus é infinita, eterna e imutável; e assim todas as Suas demais
perfeições.
Sabemos, entretanto, que os atributos de Deus que
compartilhamos em parte com Ele, tais como os mencionados acima, todos eles
apresentam, em nós, dimensões e importância variáveis no tempo e conforme as
circunstâncias.
Assim sendo, nenhum dos atributos de Deus é maior ou mais
importante do que outro. É comum ouvirmos de pessoas que enfatizam mais um
aspecto de Deus do que outro. Muitos dão extrema importância ao amor de Deus (I
Jo 4.8), relegando a segundo plano Seus demais atributos. Tendo em vista a
unidade de Deus, esse enfoque é completamente inadequado. Não podemos ressaltar
o aspecto de Deus que mais nos agrada ou interessa, pois todas as Suas
perfeições são igualmente infinitas, eternas e imutáveis.
“Portanto, não há atributo que se possa destacar como mais
importante, e é o próprio Deus em todo o Seu ser que é de importância suprema,
e é o próprio Deus em todo o Seu ser que devemos buscar conhecer e amar”
(Grudem).
Não vamos abordar aqui a doutrina da Trindade, mas tenhamos
em mente, também, que o verdadeiro Deus, conforme Ele Se revela na Sua Palavra,
é um só em três Pessoas (Dt 6.4; Mt 28.19; Jo 20.28; At 5.4; Tt 2.13; Tg 2.19).
Desde os primeiros séculos da nossa era, os cristãos “criam que o único Deus se
revela em três pessoas distintas e coeternas” (Ferreira&Myatt). No Credo de
Atanásio (293-373) há uma afirmação bastante clara a esse respeito: “Nós adoramos
um Deus na Trindade, e a Trindade na Unidade, sem confundir as pessoas e sem
dividir a substância”. Em geral mencionam-se o Islamismo, o Judaísmo e o
Cristianismo como religiões monoteístas, muitas vezes sugerindo que as três
adoram o mesmo Deus. Todavia, o conceito de Deus difere bastante entre elas.
O Cristianismo é a
única religião que adora o Deus único em três Pessoas! Como vimos, o Ser de
Deus, único em três Pessoas, é absolutamente incompreensível para a mente
humana.
“Algum dia, compreenderemos melhor a Deus, mas, mesmo então,
não o compreenderemos totalmente” (Erickson).
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