O “PROBLEMA” DA SOBERANIA DE DEUS
Muitas pessoas, ingenuamente, creem que se Deus sabe todas as coisas e já tem tudo determinado não há necessidade de orar. Nada mais tolo e insensato.
Será que essa objeção só faz sentido quando o tema é oração? Se não, porque será que se dá tanta ênfase a esse aspecto?
A oração não muda Deus, mas a oração muda as coisas. A oração é uma das chamadas causas secundárias.
O que é pode ser mudado com a oração? TUDO O QUE É MUTÁVEL!
A soberania de Deus é a força do cristão, é a motivação para oração. Deus pode tudo!
“20 Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo quanto pedimos ou pensamos, conforme o seu poder que opera em nós, 21 a ele seja a glória, na igreja e em Cristo Jesus, por todas as
gerações, para todo o sempre. Amém!” (Efésios 3:20-21 RA)
“Mas, o que dizemos sobre a pergunta real – a oração faz alguma diferença? Certa vez, alguém me fez esta pergunta, apenas em termos levemente diferentes: “A oração muda a mente de Deus?” Minha resposta gerou protestos intensos. Eu disse apenas: “Não”. Ora, se a pessoa tivesse perguntado: “A oração muda as coisas?” Eu teria respondido: “É claro que sim!”” – R. C. Sproul
Texto Especial
Institutas - Livro 3 - Cap 20 - Seção 3 - A IMPROCEDÊNCIA DA OBJEÇÃO DE QUE A ORAÇÃO É SUPÉRFLUA DIANTE DA ONISCIÊNCIA DE DEUS, IMPORTUNA DIANTE DE SUA PROVIDÊNCIA E INÚTIL DIANTE DE SUA LIBERALIDADE, DEMONSTRADA EM SEIS ARRAZOADOS
“Mas, alguém dirá: Deus não sabe, sem ser lembrado, tanto em que somos atribulados, como o que é conveniente para nós, de modo que, em certo sentido, parece supérfluo que ele seja impelido por nossas orações – como se ele estivesse pestanejando com sonolência ou mesmo dormindo até ser despertado por nossa voz? Todavia, aqueles que raciocinam desta maneira não observam a que propósito o Senhor instrui seu povo a orar, pois ele ordenou isso não tanto por causa de si mesmo, e sim por nossa causa. Agora,
ele quer – como é certo – que lhe seja dado o que lhe é devido, em reconhecimento de que tudo que os homens desejam e conduz ao proveito deles mesmos vem de Deus, e em testemunho disto nas orações. Mas o proveito deste sacrifício, pelo qual Deus é adorado, também retorna a nós. De acordo com isso, os santos pais, quanto mais confiantemente exaltavam os benefícios de Deus entre eles mesmos e os outros, tanto mais eram fortemente despertados à oração…
Além disso, é muito importante que clamemos a Deus: primeiramente, que nosso coração seja aquecido com um desejo zeloso e intenso de vê-lo, amá- lo e servi-lo, enquanto nos acostumamos, em cada necessidade, a recorrer a ele como nosso amparo sagrado. Em segundo, que não entre em nosso coração nenhum desejo e nenhuma vontade dos quais nos envergonhemos de torná-lo testemunha, enquanto aprendemos a colocar todos os nossos desejos diante de seus olhos e derramar todo o nosso coração. Em terceiro, que sejamos preparados para receber seus benefícios com verdadeira gratidão de coração e ações de graça, benefícios que nossa oração nos lembra, procedem de suas mãos. (Calvino, Institutas da Religião Cristã, Livro 3, capítulo 20, seção 3.)”
Para a Palavra de Deus não há problema algum! Veja estes dois textos:
Lucas 18:1 Disse-lhes Jesus uma parábola sobre o dever de orar sempre e nunca esmorecer:
Mateus 6:8 Não vos assemelheis, pois, a eles; porque Deus, o vosso
Pai, sabe o de que tendes necessidade, antes que lho peçais.
VIDA EM COMUNHÃO COM DEUS
O alvo da vida cristã é o conhecimento do Deus trino e a obediência a Ele, para a sua glória. A oração nos coloca em um estado mental capaz de viver isso. Não há outra forma, não há outro caminho!
É por isso que a expressão “vigiai e orai” é tão frequente. Não é
possível viver uma vida no Espírito sem orar sem cessar.
“A oração é o segredo da santidade” – R. C. Sproul
A falta de oração é a maior causa de estagnação na vida cristã.
“A oração, como tudo mais na vida cristã, é para a glória de Deus e para nosso benefício, nessa ordem. Tudo que Deus faz, tudo que Deus permite e ordena é, em sentido supremo, para a sua glória. Também é verdade que, enquanto Deus busca supremamente a sua própria glória, o homem se beneficia quando Deus é glorificado. Oramos para glorificar a Deus, mas também oramos para receber de suas mãos os
benefícios da oração. A oração é para o nosso benefício, mesmo à luz do fato de que Deus sabe o fim desde o começo. É nosso privilégio trazer a inteireza de nossa existência à glória da presença infinita de Deus.” – R. C. Sproul
O que você acha da frase: “o homem se beneficia quando Deus é glorificado”?
Muitas pessoas erram o alvo por não entender que o foco da oração não é na oração, mas em Deus.
“Estranhamente, muitas pessoas têm dificuldade em aprender a orar
porque estão focando na oração e não em Deus.” – Paul E. Miller
“Os homens que conhecem o seu Deus são, antes de tudo, homens de oração, e o primeiro ponto onde seu zelo e força para a glória de Deus são expressos é em suas orações.” – J. I. Packer
Salmos 25:5 Guia-me na tua verdade e ensina-me, pois tu és o Deus da minha salvação, em quem eu espero todo o dia.
ALGUMAS RAZÕES PARA ORAR
Vamos ver com R. C. Sproul uma breve lista de razões para orar.
“Por que oramos?
• Oramos porque Deus o ordenou e porque ele é glorificado quando
oramos.
• Oramos porque a oração prepara o nosso coração para o que
receberemos de Deus.
• Oramos porque a oração realiza muito.
• Oramos para adorar a Deus, louvá-lo e expressar nossa admiração de sua majestade, sua soberania e seus atos poderosos.
• Oramos para confessar a Deus nossos pecados, numerosos como
são, e experimentar graça, misericórdia e perdão da parte dele.
• Oramos para agradecer a Deus por tudo que ele é e tudo que tem
feito.
• Oramos para tornar-lhe conhecida a nossa súplica e satisfazer o
convite que ele nos faz.” – R. C. Sproul
O CRISTÃO E OS TRÊS OFÍCIOS
Vejamos duas importantes perguntas do Catecismo de Heidelberg:
Texto Especial – Perguntas 31 e 32 do Catecismo de
Heidelberg
31. O nome "Cristo" significa "Ungido". Por que Jesus tem também esse nome?
R. Porque ele foi ordenado por Deus Pai e ungido com o Espírito Santo para ser nosso supremo Profeta e Mestre, nosso único Sumo Sacerdote e nosso eterno Rei.
Como Profeta, ele nos revelou plenamente o plano de Deus para nossa salvação.
Como Sumo Sacerdote, ele nos resgatou pelo único sacrifício de seu corpo e, continuamente, intercede por nós junto ao Pai.
Como Rei, ele nos governa por sua Palavra e Espírito e nos protege e guarda na salvação que conquistou para nós.
32. Por que você é chamado cristão?
R. Porque pela fé sou membro de Cristo e, por isso, também sou ungido para ser profeta, sacerdote e rei.
Como profeta, confesso o nome dele.
Como sacerdote, ofereço minha vida a Ele como sacrifício vivo de gratidão. Como rei, combato, nesta vida o pecado e o diabo, de livre consciência, e
depois, na vida eterna, vou reinar com Ele sobre todas as criaturas.
Nós também temos papéis de profetas, sacerdotes e reis e isso principalmente com nós mesmos.
Um exemplo disso é o que faz o salmista:
Salmos 42:5 Por que estás abatida, ó minha alma? Por que te perturbas dentro de mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei, a ele, meu auxílio e Deus meu.
Salmos 42:6 Sinto abatida dentro de mim a minha alma; lembro-me, portanto, de ti, nas terras do Jordão, e no monte Hermom, e no outeiro de Mizar.
Vida no dia-a-dia
Em uma vida deficiente o gráfico acima tem problemas em um ou mais pontos.
Diante do gráfico acima, pense em alguns modelos de vida cristão deficiente.
“Um dos grandes temas da Reforma foi a ideia de que toda a vida deve ser vivida sob a autoridade de Deus, para a glória de Deus, na presença de Deus. A oração não é um solilóquio, um mero exercício de autoanálise terapêutica ou uma recitação religiosa. A oração é uma conversa com o próprio Deus pessoal. No ato e na dinâmica de orar, eu coloco toda a minha vida sob o olhar de Deus. Sim, ele sabe o que está em minha mente, mas eu tenho o privilégio de articular para ele o que está lá. Ele diz: “Venha. Fale comigo. Manifeste para mim os seus pedidos”. Portanto, vamos à oração para conhecer a Deus e sermos conhecidos por ele.” – R. C. Sproul
ORAÇÃO É PARA OS FRACOS
2 Coríntios 12:9 Então, ele me disse: A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, mais me gloriarei nas fraquezas, para que sobre mim repouse o poder de
Cristo.
Alguém já disse que a frase de Maria abaixo dirigindo-se a Jesus representa o perfeito espírito da oração:
João 2:3 Tendo acabado o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Eles não têm mais vinho.
As pessoas vêm a Jesus porque elas se sentem impotentes. Veja o fluxo típico em João. Um oficial do rei de Cafarnaum está doente (Jo
4), um paralítico não tem quem o ponha no tanque (Jo 5), a multidão não tem comida (Jo 6) o homem cego não tem visão (Jo 9) e, finalmente, Lázaro não tem vida (Jo 11). A solução é vir na sua impotência à Jesus.
Os grandes homens de Deus oram muito, mas eles não oram muito porque são fortes. Eles oram muito porque percebem com clareza sua fraqueza.
Cristãos imaturos oram pouco. Eles raramente veem seus corações. Nas poucas vezes em que olham, eles não veem inveja, não veem impaciência. Eles são rápidos em dar conselhos aos outros. Tudo é muito simples.
Cristãos maduros se sentem menos maduros. São mais reflexivos. Não se precipitam em dar conselhos. Entendem perfeitamente o que Jesus diz em Jo 15:5. Cristãos maduros sabem que não são capazes de criar seus filhos. Eles sabem que não tem acesso ao coração dos filhos. Eles dependem da oração.
João 15:5 Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.
Mateus 5:3 Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.
“Se acharmos que podemos levar a vida por nós mesmos, não
levaremos a oração a sério.” – Paul E. Miller
“Não precisamos de disciplina pessoal para orar continuamente; só precisamos ser pobres de espírito. A pobreza do nosso espírito gera espaço para o Espírito dEle.” – Paul E. Miller
"A oração em si mesma é uma arte que somente o Espírito Santo pode nos ensinar."- Charles Spurgeon
ORAÇÃO É TRANSFORMADORA
E orou, de novo, e o céu deu chuva, e a terra fez germinar seus
frutos.” (Tiago 5:13-18 RA)
"O que a oração muda mais frequentemente é a impiedade e a dureza de nosso coração. Só isso já seria razão suficiente para orarmos, ainda que nenhuma das outras razões fosse válida ou verdadeira." – R. C. Sproul
Texto Especial – Galeria dos heróis da oração – Sproul
Extraído de “A oração muda as coisas?” – Ed. Fiel
“As Escrituras não nos apresentam um catálogo semelhante dos heróis de oração, mas essa lista poderia ser compilada facilmente. Seguindo o mesmo formato usado pelo autor de Hebreus, examinemos uma lista parcial das realizações da oração:
• Pela oração, o coração de Esaú foi mudado para com Jacó, para que se
encontrassem de maneira amigável e não hostil (Gn 32).
• Pela oração de Moisés, Deus trouxe as pragas sobre o Egito e, depois, as removeu (Êx 7-11).
• Pela oração, Josué fez o sol deter-se (Js 10).
• Pela oração, quando Sansão estava prestes a morrer de sede, Deus fez
brotar água de uma cavidade para o sustento de Sansão (Jz 15).
• Pela oração, a força de Sansão foi restaurada. Ele derrubou o templo de Dagom sobre os filisteus, de modo que foram mais os que matou na sua morte do que os que matara na sua vida (Jz 16).
• Pela oração, Elias reteve as chuvas por três anos e meio. Depois, pela oração, ele fez chover de novo (1 Rs 17-18).
• Pela oração de Ezequias, Deus enviou um anjo e matou, em uma noite,
185.000 homens do exército de Senaqueribe (2 Rs 19).
• Pela oração de Asa, Deus confundiu o exército de Zera (2 Cr 14).
Faltaria tempo para eu falar de Abraão, que orou por um filho e o recebeu na idade de cem anos; de Moisés, que recebeu ajuda no Mar Vermelho; dos israelitas, que foram libertados do Egito depois de muita oração; de Davi, que, por oração, escapou da traição de Saul; de Salomão, que recebeu grande sabedoria como resultado de oração; e de Daniel, que foi capaz de interpretar os sonhos depois de orar. Pessoas foram libertadas de perigos, curadas de enfermidades, viram a cura de seus amados e testemunharam inúmeros milagres como resultado de oração fervorosa.
Tiago compreendeu bem isso quando escreveu que a oração eficaz de um justo pode fazer muito (5.16).”
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