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Todo mundo tem que pagar impostos e nem adianta tentar se recusar, porque até no pãozinho estão embutidos os impostos. Tem imposto de todo tamanho, são tantas siglas (ICMS, ISS, IR) que daqui a pouco vão lançar um manualzinho só para a gente saber o nome do imposto que está pagando. Além dos impostos tem as taxas e contribuições, ou seja, muda o nome, mas a essência é a mesma. O difícil mesmo é pagar sem ver o resultado útil de tanto dinheiro, foi por isso que aconteceu a Inconfidência Mineira, mas isso é outra história.
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No tempo de Jesus os impostos eram altos e, em sua grande maioria, eram
devidos a Roma, que dominava a Judéia com mão de ferro, porém um imposto em
especial não ia para os cofres romanos, era o imposto das duas dracmas. Este
imposto era devido por todos os judeus do sexo masculino, acima de 20 anos, que
tinham de pagar o imposto anual para manutenção do templo, cujo valor era de
duas dracmas, o que equivalia ao salário de uns dois dias de trabalho.
Jesus e Seus discípulos tinham estado fora da
Galiléia percorrendo cidades e aldeias, mas quando chegaram os coletores do
imposto foram cobrar Jesus através de Pedro: “O vosso mestre não paga as dracmas?” (Mateus
17:24b). Eles não tiveram coragem de cobrar diretamente o Filho de Deus e Pedro
acabou sendo abordado pelos coletores.
Tem muita gente boa que tem
mais audácia do que os coletores de impostos do templo, porque eles cobram
Jesus de cara, acham que são merecedores dos favores divinos, mas
na hora de mostrar produção é uma lástima, não fazem nada pelo Deus que dizem
amar.Quê isso, pessoal, Deus não deve nada a ninguém, quer ver?
Pois bem. Pedro agia sempre
por impulso, era o temperamento dele e desta vez não foi diferente,
ele respondeu prontamente que sim, Jesus pagaria o imposto e depois saiu
correndo para procurar o Mestre, ele mesmo não tinha um centavo e já tinha
empenhado sua palavra.
Quando Pedro entrou correndo
na casa onde Jesus estava e antes que ele abrisse a boca, Jesus usou uma
parábola para explicar qual era a situação e disse: “Que te parece,
Simão? De quem cobram os reis da terra os tributos, ou o censo? Dos seus
filhos, ou dos alheios?” (Mateus 17:25b). Pedro respondeu o lógico: “Dos
alheios”. E Jesus completou:“Logo, estão livres os filhos. Mas,
para que os não escandalizemos, vai ao mar, lança o anzol, tira o primeiro
peixe que subir, e abrindo-lhe a boca, encontrarás um estáter; toma-o, e dá-o
por mim e por ti.” (Mateus 17:26b-27). Deus não fica devendo ninguém.
Vocês entenderam o que Jesus
disse a Pedro. Não?. É assim, a parábola, a estorinha que Jesus contou para
Pedro se referia a uma lógica geral. Se as famílias dos reis da terra não pagam
impostos, porque na prática todo o reino é do rei parente deles, então o
imposto para a manutenção do templo não era devido por Jesus, porque Ele é Deus
e o Senhor, o Dono do templo, portanto não tinha o dever de pagar as duas
dracmas.
Pois é, embora Jesus fosse isento de pagar o
imposto, porque não tinha o dever de pagar pela manutenção de Sua própria Casa,
Ele mandou Pedro pescar e o primeiro peixe que subisse, Pedro deveria abrir sua
boca e lá haveria um estáter, que correspondia ao valor do imposto de Jesus e
de Pedro. Jesus pagou, para evitar escândalo, até porque os judeus
não reconheceram Jesus como o seu Messias e não entenderiam a lógica do Mestre,
então Ele preferiu pagar para não dar a impressão de que Ele e Seus discípulos
desprezavam o templo e a lei mosaica.
Jesus não se deixou cobrar, porque Deus não deve nada
a ninguém. Isso nos deixa claro que a dívida vem mesmo do inferno. A dívida
destroi a vida de qualquer cidadão, não tem bom. A dificuldade financeira mina
nossa autoestima, tranforma os dias em pesadelo e afeta até nosso equilíbrio
mental. De todas as provações desta vida, a dívida é a pior, porque ela humilha
o homem e alimenta a autopiedade, o que é péssimo para um servo de Deus, quem
tem pena de si próprio ainda não está pronto para subir a montanha.
A montanha da vitória é alcançada pelo nosso esforço,
pela nossa luta (não resta dúvida), mas, acima de tudo, pela força que vem do
nosso Deus, sem Ele seriamos como gordinho subindo duna de areia, dois passo
para frente e três para trás. Não dá para vencer sem Jesus, aliás não dá para
viver sem Ele.
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