ATRIBUTOS DE DEUS
Parte 1 (N) ELETRICISTA EM SÃO PAULO 11994458394
A imutabilidade de Deus
Segundo Dagg, há grande semelhança entre os conceitos da
eternidade e da imutabilidade de Deus. A eternidade exclui a idéia de sucessão
e a imutabilidade exclui qualquer possibilidade de mudança.
A imutabilidade também está relacionada à perfeição. O que é
perfeito não pode mudar para melhor nem para pior, pois se o pudesse fazer, não
seria perfeito.
A imutabilidade de Deus diz respeito não apenas ao Seu Ser e
atributos, mas também aos Seus propósitos ou planos. “Tu, porém, és sempre o
mesmo, e os teus anos jamais terão fim” (Sl 102.27). Em Deus “não pode existir
variação ou sombra de mudança” (Tg 1.17). “O conselho do Senhor dura para
sempre; os desígnios do seu coração, por todas as gerações” (Sl 33.11). “Para
que, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida... segundo
o eterno propósito que estabeleceu em Cristo Jesus...” (Ef 3.10,11).
A imutabilidade não
implica em impassibilidade ou insensibilidade por parte de Deus. O fato de Deus
ser imutável em Seu Ser, atributos e propósitos não significa que Ele seja
indiferente ao que se passa na Sua criação ou que não tenha algo que, em nós,
conhecemos e experimentamos como sendo nossas emoções. Deus “é a origem das
nossas emoções” (Grudem) e a Bíblia O descreve como sentindo algo semelhante ao
que sentimos. “Não entristeçais o Espírito de Deus” (Ef 4.30). “De ti se
alegrará o teu Deus” (Is 62.5).
Embora, pela análise do se passa conosco, possamos ter uma
vaga idéia de aspectos que Deus revela a respeito de Si, na Sua Palavra, não
podemos concluir que aquilo que é descrito a Seu respeito seja exatamente igual
àquilo que se passa conosco. Não podemos nos esquecer de que, tendo sido
escrita para nós, a Bíblia foi escrita em linguagem humana e se utiliza, o
tempo todo, de expressões antropomórficas.
Muitos têm dificuldade de entender que Deus não mude nos
Seus propósitos, pois a Bíblia diz que Ele se arrepende, embora diga, também,
que Ele não se arrepende (I Sm 15.11,29). Ferreira & Myatt citam uma
explanação de W.L.Lane, que diz que muita dificuldade vem do termo grego
(metanóia) que, na verdade, não é utilizado nem uma única vez, no Novo
Testamento, em relação a Deus. O termo hebraico utilizado (p. ex. em Gn 6.7
como em I Sm 15.11,29) tem outros sentidos, como entristecer-se, ter compaixão
ou consolar.
Na realidade, ele significa, literalmente, suspirar. Nos
contextos citados, a palavra tem o sentido de suspirar de tristeza ou
preocupação.
Isso nem de longe significa que Deus tenha sido pego de
surpresa pelos fatos ocorridos, mas é utilizado para que possamos entender um
pouco daquilo que se passa com Ele quando Suas criaturas agem de determinada
maneira. Mostra algo semelhante à tristeza que sentimos diante de certos fatos.
P. ex., em Êx 32.12,14 (mesma palavra empregada em Jn 4.2), “arrepender-se do
mal... não significa dizer que Deus fez algo errado e se arrependeu, mas que na
sua ira resolveu não enviar o mal (o castigo) sobre o seu povo” (Lane). Não
podemos nos esquecer dos antropomorfismos utilizados para nossa melhor
compreensão. Segundo Hodge, “as passagens das Escrituras que dizem que Deus se
arrepende devem ser interpretadas com base nos mesmos princípios que aquelas
que dizem que ele cavalga as asas do vento, ou caminha pela terra. Estas não
geram dificuldade”.
Nota: Não nos
esqueçamos de que Deus é incompreensível, embora conhecível. Se nosso conceito
a respeito da infinitude de Deus não inclui claramente a nossa incapacidade de
compreendê-Lo, teremos dificuldade de aceitar aspectos que Ele revela sobre Si.
Isso pode levar-nos a concebê-Lo de modo diferente daquele por Ele mesmo
revelado, ou a atribuir-Lhe limitações absolutamente inexistentes, ou até a
duvidar da inerrância das Escrituras. Tenhamos sempre em mente que muitos dos
atributos, incomunicáveis e também comunicáveis, de Deus são incompreensíveis
para nós. O Ser de Deus, o Criador, é transcendentemente diferente de tudo o
que foi por Ele criado. Ele não requer de nós que O compreendamos, mas que O
adoremos e O glorifiquemos para todo o sempre!
EM BREVE PARTE 2