quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Como pregar o evangelho

Leitura: João 4:1-4

No capítulo 4 do evangelho de João há três lições, todas relacionadas ao evangelho: "como pregar",
"o que pregar" e "para quê pregar". A primeira mostra o espírito ou disposição na qual cristão deve levar as boas novas. A última ensina o objetivo da salvação de uma alma. Entre uma coisa e outra temos o evangelho propriamente dito, que envolve o reconhecimento de pecado e um encontro pessoal com o Salvador.

A chave para o "como pregar" está na palavra "necessário", ou "importa", do versículo 4 . Ali diz que era "necessário" Jesus passar por Samaria. A outra ocorrência da palavra "necessário" é no versículo 23, e é também a chave para o "para quê pregar". Lá diz que é "necessário" que aqueles que adoram a Deus o adorem em espírito e em verdade.

Por que era necessário Jesus passar por Samaria? Não era por ser o caminho mais curto entre a Judeia, que era o centro do Judaísmo, e a Galileia, habitada por gentios. Os historiadores dizem que os judeus preferiam uma rota mais longa passando pela Pereia só para evitarem atravessar a Samaria. Eles odiavam os samaritanos, e nem mesmo conversavam com eles, por estes praticarem uma versão pirata do judaísmo, deturpando a religião dos judeus.

Mas era "necessário" Jesus passar por Samaria por causa da mulher samaritana deste capítulo. Ela precisava conhecê-lo, pois salvar pecadores era uma prioridade na agenda do Salvador. É neste espírito ou disposição que o cristão deve pregar. É "necessário" que ele vá ao encontro do pecador perdido, mesmo que para isso precise deixar de lado seus preconceitos e intolerância.

A intolerância é um dos efeitos colaterais de quem professa qualquer fé e, no caso do cristianismo, temos dois mil anos de história e sangue derramado como prova disso. Não falo aqui da aversão ao pecado, ou às ideias e práticas contrárias à vontade de Deus. Isto deve caracterizar o cristão, pois é condizente com a santidade de Deus. Falo da intolerância e aversão à pessoa do pecador, ao ser humano. Deus abomina o pecado, porém ama o pecador. Se não amasse, como enviaria seu Filho para morrer por injustos?

Em Romanos diz que alguém pode até dar a vida por uma pessoa boa, mas Deus demonstra o seu amor no fato de Cristo ter morrido por nós enquanto estávamos na condição de pecadores. Pense no pior bandido e pergunte a si mesmo se teria coragem de dar sua vida por ele, ou de entregar seu filho para morrer por ele. É preciso entrar neste sentimento para compreender até onde chegou o amor de Deus por você. Se não tiver essa compreensão você corre o risco de ter sua vida dirigida, não pela fé, mas pela intolerância religiosa.

O que você fará com Jesus?

Leitura: Lucas 9:18-20

Quem é Jesus para você? Para os discípulos nós já vimos quem ele é: Aquele que nos amou tanto ao ponto de morrer por mim e por você. Então agora o que você fará com Jesus? Como irá corresponder a esse amor? Eu sei que você anseia por amor, por alguém que se interesse por seus problemas e não o decepcione. Jesus é assim -- Ele ama você! Então o que você irá fazer com este amor? Rejeitá-lo? Você não gostou quando alguém fez o mesmo com o amor que você tentou demonstrar. Não seria melhor você ir agora a Jesus que ama tanto você? Ele morreu para salvá-lo de seus pecados e ter você junto a ele na glória. E então?

O amor de Jesus é a coisa mais preciosa que você pode ter. Ele ama você. Ele Se aproxima de você agora em misericórdia e graça, e o chama para estar com ele, para desfrutar de bênçãos eternas, para receber a sua dádiva de amor, a salvação. Por que não confiar nele como seu Salvador, seu Senhor, seu Libertador do pecado? Você não quer ser liberto da escravidão do pecado? É o pecado que faz com que você seja infeliz. Faz de você uma pessoa invejosa, orgulhosa, cheia de ódio. O pecado acabará destruindo você para sempre se não for salvo dele. Só Jesus pode salvá-lo, "pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor" (Rm 6:23).

Então o que você fará com o amor de Jesus? Lembre-se do que você sentiu quando alguém recusou a afeição que você tentou demonstrar. Por que não pede a Jesus agora mesmo para que ele salve você? Ele ama você e quer que você vá a ele, que confie nele, o único capaz de tirar os seus pecados e dar a você um lar eterno na glória. Basta conversar com ele bem aí onde você está; basta ir a ele do jeito que estiver agora. Conte a ele suas tristezas, seus medos, seus problemas. Depois você poderia falar dele como falou o apóstolo Paulo: "O Filho de Deus me amou e a si mesmo se entregou por mim" (Gl 2:20).

Quando Jesus estava na Terra, Ele disse: "Venham a mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e eu lhes darei descanso... e quem vier a mim eu jamais rejeitarei" (Mt 11:28; Jo 6:37). Jesus, o Salvador ressuscitado, está hoje tão ansioso em receber pecadores com todos os seus pecados e suas necessidades, quanto quando Ele esteve aqui há dois mil anos e aceitou morrer na cruz para pagar pelos pecados que não eram dele.

Se, como pecador, você for a Jesus e crer nele como seu Salvador, seus pecados serão perdoados e você irá estar com ele quando vier buscar os que lhe pertencem. Depois ele voltará para julgar os que o rejeitaram. Desejo sinceramente que você esteja entre os salvos, "porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna" (Jo 3:16).

domingo, 11 de novembro de 2012

Comercio de ladrões

Leitura: Mateus 21:12-17
Jesus continua no Templo de Jerusalém e o que vê ali o deixa furioso. Jesus não tratava com dureza as prostitutas, os adúlteros ou coletores de impostos corruptos. Ele veio em graça chamar pecadores ao arrependimento, antes de vir outra vez para julgar aqueles que não o receberam. Mas se existe algo que o deixa indignado é transformar a casa de Deus num negócio.

Ele expulsa de forma tempestiva os comerciantes do Templo, mostrando assim que tem autoridade sobre o próprio Templo. Aquela "casa de oração" tinha sido transformada em "casa de negociação" e covil de ladrões. Esta é a segunda vez que Jesus expulsa os comerciantes do Templo. A primeira aconteceu 3 anos antes, quando iniciou seu ministério.

O problema não está no comércio. As pessoas que visitavam o Templo precisavam comprar animais para os sacrifícios, e os cambistas eram úteis para converter as moedas que os fiéis traziam do exterior para as ofertas. O problema é fazer da casa de Deus em uma grande feira e do próprio Deus um negócio.

Será que é isso o que acontece hoje na cristandade? Não, hoje é muito pior. Os comerciantes da cristandade vendem o próprio Deus, condicionando bênçãos e salvação às ofertas. Vendem Deus numa garrafa, como se fosse um gênio pronto para satisfazer os desejos de riqueza e prosperidade de seus compradores.

Não há nada de errado em você ir a uma livraria comprar bíblias, livros ou música cristã. Transformar Deus e os cristãos em negócio é outra história. O livro de Apocalipse mostra o contraste entre a Igreja, a noiva de Cristo, e a Babilônia, a Grande Meretriz. O testemunho da igreja neste mundo, que deveria ser o de uma noiva fiel, transformou-se no testemunho de uma meretriz.

Experimente ler o livro de Atos e as cartas dos apóstolos para ver se encontra qualquer semelhança com o que vê na cristandade. Não havia pregadores vivendo como milionários à custa do dinheiro dos fiéis. As reuniões dos cristãos não eram shows com platéias histéricas. Não havia imagens, novenas, correntes, fogueiras santas e um sem número de superstições para entreter as pessoas. E o evangelho era pregado para as pessoas serem salvas pela fé em Jesus, para se tornarem membros do corpo de Cristo, não de alguma organização ou denominação.

Quando Jesus voltar, não virá para expulsar os mercadores do Templo. Ele virá para julgar aqueles que pregam, fazem milagres e curas em seu nome como fonte de lucro. Jesus sai dali e nem mesmo dorme em Jerusalém, tamanho o seu desgosto com esse tipo de coisa. Prefere dormir em Betânia.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

A Revelação

Leitura: Mateus 16:13-20

O capítulo 16 do evangelho de Mateus é um divisor de águas no ministério de Jesus. Agora só falta o ato final para completar sua rejeição pelos judeus: o Messias ser condenado à morte por seu próprio povo. O capítulo 53 do livro do profeta Isaías estava para se cumprir e agora Jesus passa a preparar seus discípulos para a cena da cruz.

Ele pergunta a eles quem o povo acha que ele realmente é. João Batista, Elias, Jeremias ou algum outro profeta ressuscitado, respondem eles. Então ele quer saber a opinião dos próprios discípulos. É Simão quem responde:

"Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo". Simão não fala de si mesmo, mas recebe uma revelação do Pai. Jesus é o Messias e Deus Filho. Homem algum pode concluir ou compreender isso a não ser por revelação divina. Jesus dissera um tempo antes que "Ninguém conhece o Filho senão o Pai".

As revelações não param aí. Dirigindo-se a Simão, Jesus diz: "Eu lhe digo que você é Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não poderão vencê-la. Eu lhe darei as chaves do Reino dos céus; o que você ligar na terra terá sido ligado nos céus, e o que você desligar na terra terá sido desligado nos céus".

Existe muita confusão sobre esta passagem porque as traduções usam a mesma palavra para "pedra" e "rocha". Eu acredito que Jesus se referia à afirmação de Pedro e a si mesmo ao falar de "pedra". Mas o melhor mesmo é perguntarmos a Pedro quem é essa pedra.

"E ai, Pedro, quem você acha que é a pedra?"

Pedro responde no capítulo 4 de Atos: "Este Jesus é a pedra". Depois, em sua carta chamada de 1ª Pedro, no capítulo 2 ele chama Jesus de "pedra viva", "pedra rejeitada", "pedra escolhida", "pedra preciosa", "pedra angular", "pedra de tropeço" e "rocha de escândalo". E acho que você não vai querer discutir com Pedro?

Outra revelação é que Jesus edificaria a sua igreja, a igreja dele próprio, o que nos leva a duas conclusões importantes. Primeiro, o verbo está no futuro, "edificarei", o que mostra que a igreja não existia antes e nem mesmo naquele momento. Era algo futuro, o que nos remete ao capítulo 2 de Atos, que você pode ler por conta própria.

Outra coisa: Jesus diz "minha igreja". É dele, de mais ninguém. Quando você escuta algum padre, pastor ou líder religioso usar a expressão "minha igreja" para falar da organização que fundou ou do lugar onde congrega, aquela é a igreja dessa pessoa, não a de Jesus.  

Fazendo a obra do adversário

Leitura: Mateus 16:21-28

Chega a hora da grande revelação, o tema principal de toda a Bíblia. Desde a queda de Adão Deus tinha prometido que da descendência da mulher viria um que seria ferido pela serpente, mas que a venceria. Jesus revela aos discípulos que ele deve ir a Jerusalém, sofrer nas mãos do clero, morrer e ressuscitar no terceiro dia.

Essa aparente derrota culminaria na vitória da ressurreição, mas Pedro parece não entender isso. Na melhor das intenções ele repreende Jesus dizendo que de modo algum isso vai acontecer a ele. A bronca que Pedro leva é do tamanho da bobagem que ele acaba de dizer:

"Para trás de mim, Satanás! Você é uma pedra de tropeço para mim, e não pensa nas coisas de Deus, mas nas dos homens!", diz Jesus.

O Filho de Deus tinha vindo morrer e ressuscitar para resgatar o homem do pecado e da morte. Qualquer pessoa, filosofia ou religião que tente negar a morte e ressurreição de Jesus está fazendo a obra do diabo. Deixe-me repetir: qualquer um que tente negar a morte e ressurreição de Cristo está fazendo a obra do adversário, que é Satanás.

Se a sua noção de cristianismo não passa de um conjunto de preceitos morais, o seu cristianismo não é de Deus. Não há salvação sem o sacrifício e a ressurreição do Cordeiro de Deus. Aqueles que consideram a morte de Jesus apenas um exemplo de abnegação estão fazendo um favor ao adversário.

Satanás não quer que as pessoas creiam que Jesus morreu para salvá-las e que o seu sangue é capaz de deletar definitivamente os seus pecados. O diabo quer nos fazer crer que a ressurreição não passa de simbolismo, ou que o Jesus que os discípulos viram ressuscitado não passava de uma materialização de seu espírito.

Nada disso. Jesus realmente morreu, realmente levou sobre si a culpa dos pecados daqueles que crêem nele, pagou por isso e ressuscitou no terceiro dia. O seu corpo físico reviveu e subiu ao céu, do mesmo modo como os que crêem nele irão reviver.

Hoje há no céu um Homem perfeito, com corpo e tudo, Jesus ressuscitado. Em breve o céu estará povoado de seres humanos, não apenas em espírito, mas em corpos ressuscitados. Você será um deles, se crer agora no Salvador.

Quem quiser salvar a vidinha que leva aqui, vai perdê-la. Mas quem estiver disposto a perder essa vidinha por causa de Jesus, vai achar a verdadeira vida, a vida eterna.

Diversidades de peixes

Leitura: Mateus 13:47-50
à última parábola do capítulo 13 de Mateus. Aqui uma rede é lançada ao mar e apanha todo tipo de peixe. Os pescadores, identificados como sendo os anjos, fazem a separação dos peixes bons e ruins antes de lançar estes últimos na fornalha.

Quando diz que há peixes bons e ruins, isso não tem a ver com as coisas que os peixes fizeram, com suas boas ações e más ações. Por acaso você conhece algum peixe ruim no sentido de malvado, ou um peixe bom no sentido de honesto? Peixes são o que são.

Não são pessoas boas que vão para o céu, mas pecadores perdoados e purificados graças ao sacrifício de Cristo na cruz. Deus transforma pecadores em salvos, como se transformasse peixes ruins em bons dando eles uma nova natureza. Digamos que antes de crer em Jesus você fosse uma sardinha podre e fedida, e agora é um salmão vivo e vibrante. A idéia é essa.

Esta parábola também mostra que no reino dos céus há falsos e verdadeiros convivendo lado a lado. Portanto não confie em tudo o que traz o nome de cristão, evangélico, católico, bíblico etc. Produtos piratas podem ser idênticos ao original.

Existe um ponto positivo em tudo isso. Não há muitos falsos budistas, muçulmanos ou hinduístas por aí. Mas falsos cristãos existem às pencas. Por que será? O grande falsificador, o diabo, não perde o seu tempo falsificando aquilo que, por natureza, já exalta o homem e seus esforços.

Deixe-me explicar. Todas as religiões são iguais neste sentido: dão ao próprio homem e aos seus esforços o mérito de sua salvação. O evangelho diz que tudo vem de Deus, que você é salvo por graça e não por suas boas ações, sua conduta etc.

Agora você vai dizer que é uma posição exclusivista e politicamente incorreta afirmar que o cristianismo é a única fé verdadeira. Sim, eu sei. Não há como evitar. Não importa que religião você professe, ou até mesmo se não professa nenhuma ou acha todas elas boas, ao adotar qualquer posição você exclui as outras. Assim como dois corpos não podem ocupar uma mesma posição no espaço, qualquer posição é excludente.

Ao se indignar contra a minha posição você me exclui. Até mesmo quem acredita que todas as religiões estão certas adota uma posição que exclui os que pensam o contrário. E, o que é pior, quem acha que todas as religiões são verdadeiras coloca-se na posição de conhecedor de todas as religiões, o que nenhum dos exclusivistas ousaria fazer, por não ser lá muito humilde.


A questão é simples: se Jesus disse "eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim", ou ele é o único caminho, o que exclui todos os outros caminhos, ou ele mentiu.

A grande perola

Leitura: Mateus 13:45-46

À semelhança da parábola do tesouro escondido, a da pérola de grande valor é breve, porém igualmente significativa. Trata-se de um negociante que encontra uma pérola caríssima e decide vender tudo para ficar com ela. Precisa dizer quem é o negociante?

Mais uma vez você irá encontrar pessoas invertendo a interpretação e aplicando a figura do negociante ao pecador que encontra as boas novas do evangelho e abre mão de tudo para ficar com Jesus. Ok, vamos supor que seja assim analisando alguns que tiveram um encontro com Jesus nos próprios evangelhos.

Há um cego de nascença que abriu mão de sua cegueira, um leproso que abriu mão de sua lepra e até um ladrão condenado que abriu mão dos cravos que o pregavam a uma cruz. Não me parece que ser cego, leproso e condenado à morte seja exatamente o que consideramos um negociante bem sucedido, não é mesmo?

Agora imagine alguém que, sendo Deus, não fez disso uma limitação para esvaziar-se, se tornar um servo e assumir a semelhança dos homens, suas criaturas. Imagine Deus descendo à forma humana humilhando-se a ponto de ser submisso até à morte, e morte de cruz! Imaginou? Então você acaba de entender quem é esse negociante que abriu mão de tudo para ficar com a pérola de grande valor.

Agora vamos à pérola. Primeiro, ela não faz coisa alguma. Apenas o fato de ela existir é suficiente para fazer dela o objeto de desejo desse homem. Afinal, a parábola diz que ele procura pérolas preciosas, e não haveria esperança para nós se a iniciativa não tivesse sido dele. A recíproca não é verdadeira. No livro de Romanos diz que não há um que procure a Deus.

Assim como a pérola é o resultado do ferimento causado por um grão de areia que penetra na ostra, a igreja, ou o conjunto dos salvos por Cristo, é uma conseqüência de sua morte na cruz, de seu lado ferido pela lança do soldado romano, pelo seu sangue derramado para nos purificar de nossos pecados.

A pérola foi tirada das profundezas escuras do mar. A igreja, e quando digo igreja quero dizer as pessoas salvas por Cristo, foi tirada do mais profundo abismo do pecado e da morte para ser chamada de pura e preciosa por Deus. Assim como a pérola é perfeita, assim Deus enxerga o conjunto dos que foram salvos por Jesus.

O grande tesouros

Mateus 13:44

Na parábola anterior a mulher introduz fermento na massa. Será coincidência encontrarmos em Apocalipse a figura de uma mulher a corromper e negociar almas? Creio que não. O apóstolo João diz ter ficado surpreso quando a viu. Talvez esperasse ver a noiva, a igreja, como a que veria mais à frente, mas o que viu foi a meretriz, Babilônia.

Aqui o reino dos céus é comparado a um tesouro escondido em um campo. Se você já aprendeu que o campo é uma figura do mundo, quem poder ser esse que vende tudo para ficar com o tesouro? O mesmo que saiu a semear a semente no campo nas duas primeiras parábolas: Jesus.

Outros interpretam de outras maneiras. Alguns dizem que o tesouro é o evangelho, outros que o tesouro é Cristo, dando a entender em ambos os casos que somos nós que vendemos tudo para ficar com esse tesouro. Mas será que você realmente acredita ter algo para dar a fim de ter Jesus.

E se eu não tenho nada, se sou um miserável pecador perdido, o que vou vender para poder desfrutar de Jesus? Em Isaías 55 Deus convida a todos os que não tem dinheiro algum, e em Efésios 2 diz que somos salvos pela graça e por meio da fé, não por alguma coisa vinda de nós.

Na história de minha salvação eu só sei de um que abriu mão de tudo para me salvar. Só conheço um que a Bíblia diz que, sendo rico, se fez pobre. Só um que chegou a ponto de dar a própria vida por mim. Só um que, com a sua morte, comprou também o campo inteiro, como faz o homem da parábola. E o campo é o mundo.

Você não fica arrepiado só de pensar que Jesus enxerga você como um tesouro pelo qual valeria a pena morrer? O que ele pode ter visto em você para considerá-lo assim?

Quando alguém ama, não ama pelo que a outra pessoa tem, mas pelo que ela é. E você e eu, apesar de criados por Deus, fomos arruinados pelo pecado, aprisionados por um tirano e destinados à morte. Jesus achou que valia a pena abrir mão de tudo para nos ter para si. Só ele podia nos amar tanto assim.

Deus e três em um e você também e três em um

que não ama ja mais conhece Deus Ele e amor  
Leitura: João 1:14-16

Mesmo antes de nascer na forma humana neste mundo, Jesus sempre existiu como Filho de Deus, juntamente com o Pai e o Espírito Santo. Não são 3 deuses, mas um só Deus em três Pessoas distintas, um mistério que vai além da nossa compreensão. Algumas pistas ajudarão você a aceitar isso.

Uma é que fomos criados à imagem e semelhança de Deus, por isso somos seres tripartidos, formados por corpo, alma e espírito. Outra pista está em Gênesis capítulo 1: "E disse Deus:
Façamos o homem à nossa imagem, conforme à nossa semelhança". Percebeu o plural aí? Façamos... nossa... Não se trata de apenas uma Pessoa falando, mas o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

João nos diz que "o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e verdade". Ao dizer que se fez carne ele pressupõe sua pré existência. Ao dizer que habitou entre nós, revela que não foi diferente de um homem comum. Aliás, Jesus foi tão comum em sua aparência aqui que quando os guardas foram prendê-lo à noite precisaram combinar com Judas que o beijo seria o sinal, para não prenderem a pessoa errada.

A palavra "habitou" significa literalmente ocupar uma tenda ou uma habitação, no caso o corpo de carne. Nunca antes Deus tinha assumido a forma humana e vivido como homem. Os 33 anos que Jesus viveu neste mundo são um evento único na história do Universo, a começar com sua geração no ventre de uma virgem.

Unigênito significa "único gerado". Todos os que crêem em Jesus são filhos de Deus, porém Jesus é "o" Filho de Deus, ocupando uma posição única, igual a Deus e um com o Pai. Em nenhum momento ele deixou de ser Deus ao assumir a forma humana. E depois de ressuscitar e subir ao céu em forma corpórea, ele nunca mais deixará de ser também Homem. Obviamente algumas características divinas ficaram parcialmente ocultas aos olhos humanos enquanto ele andou aqui, caso contrário os homens seriam consumidos se tão somente olhassem para Jesus.

Mesmo assim sua glória divina não deixou de transparecer em sua perfeição moral. No mesmo texto bíblico onde encontramos defeitos nos discípulos e apóstolos, nenhuma falha é vista em Jesus e em seu modo de proceder. João teve o privilégio de ver uma porção extra de sua glória quando Jesus se transfigurou e apareceu em fulgor ao lado de Moisés e Elias.

João batista, que era mais velho do que Jesus, dá testemunho de sua pré existência ao dizer que Jesus existia antes dele e era superior a ele. Agora, todo aquele que recebe a Jesus recebe também toda a sua plenitude e graça sobre graça. Você vai querer perder isso?  

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Como orar a Deus

Sem bola não a futebol, Sem Jesus nao a salvação
Leitura: Evangelho de Mateus 6:9-15                                                         

Orar é se reconhecer fraco, incapaz e dependente de Deus. Nada disso agrada o ser humano que desde criança é ensinado a ser independente e, quando cresce, consome livros de auto-ajuda. Portanto, a oração é a negação da auto-suficiência.

Jesus ensina que orar não é ficar repetindo palavras como fazem os pagãos. Não é entoar sons hipnóticos como os mantras tibetanos ou usar de palavras mágicas ou fórmulas secretas para liberar algum tipo de energia cósmica. A oração não é Shazam ou o Abracadabra do cristão. Orar é comungar com Deus nossas necessidades, sentar-se ao lado dele e conversar sobre elas.

Mas por que orar se Deus sabe de antemão o que precisamos ou vamos pedir? Porque Ele quer enxergar dependência em nós e porque gosta quando conversamos com Ele. Orar é fazer o caminho inverso do homem no Éden, que quis ser independente de Deus, auto-suficiente e dono de seu próprio nariz. A oração nos põe de volta em nosso devido lugar.

Antes de ensinar a oração conhecida como "Pai Nosso" Jesus condenou a mera repetição de palavras, portanto o "Pai Nosso" não é uma oração para ser repetida. Trata-se de um modelo de como devemos orar. Não é "o que", mas "o como".

Primeiro vem o reconhecimento da posição que Deus ocupa, no céu, acima de nós, e de sua santidade, que significa separação do mal. Equivale reconhecer que os nossos interesses particulares podem não ser os interesses de Deus, que vê o cenário todo de cima e sabe o que é melhor para nós.

Daí o "venha a nós o teu reino" e não o contrário. Os interesses do céu devem prevalecer sobre os da terra. É só após reconhecermos o que Deus é, e que ele tem a primazia, que vêm os pedidos, que são basicamente para o suprimento das necessidades físicas e de proteção, intercalados com um pedido de perdão.

Esse perdão não é o perdão judicial de nossos pecados, que recebemos por graça e pela fé em Jesus. Aqui é um perdão parental, relativo. É a condição momentânea para recebermos o que pedimos. É como se meu pai dissesse: "Marinho, você não vai ganhar a bicicleta enquanto não fizer as pazes com sua irmãzinha".

Mas como perdoar? Com o perdão de quem já foi perdoado. Aí sim, o perdão judicial, absoluto. Para entender melhor isso, veja como o apóstolo Paulo coloca o perdão em sua carta aos colossenses: "Assim como Cristo perdoou vocês, perdoem também os outros". Do ponto de vista judicial, só consigo perdoar porque fui perdoado.

Você já foi perdoado de todos os seus pecados? Esse perdão pleno e absoluto você só obtém porque Jesus pagou o preço em seu lugar morrendo na cruz e ressuscitando. Deus quer perdoar. Esta é a primeira oração que você deve fazer.


terça-feira, 6 de novembro de 2012

nascido da agua

Leitura: João 3:5-7

Jesus diz a Nicodemos que ninguém pode entrar no Reino de Deus se não nascer da água e do Espírito. Que água é essa? No capítulo 1 deste Evangelho de João você aprende que ninguém nasce de novo, e se torna filho de Deus, por consanguinidade, pela intervenção de algum homem ou pela vontade própria. Trata-se de um processo sobrenatural que transcende a vontade humana. A água aqui não deve ser o batismo, que ocorre pela vontade quem batiza ou é batizado. Mas então, que água é essa?

Vamos dar uma olhada em outras passagens que falam de purificação, e também de novo nascimento, nova vida ou nova criatura, para identificarmos o que está sendo representado aqui pela palavra “água”.

Efésios 5:26:
"Maridos, amai a vossas mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se entregou por ela, a fim de a santificar, tendo-a purificado com a lavagem da água, pela palavra";
1 Pedro 1:23
"Tendo renascido, não de semente corruptível, mas de incorruptível, pela palavra de Deus";
Tiago 1:18
"Segundo a sua própria vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas".

O modo como o Senhor usa exemplos naturais para ensinar verdades espirituais é surpreendente. Duas coisas são essenciais para a existência de vida no planeta. A primeira é a água, a segunda é a intervenção divina, pois somente Deus é o autor da vida. Não é diferente no novo nascimento, e nada melhor do que a água para simbolizar a Palavra de Deus.

Veja algumas características da água natural, cuja ação e poder nos lembram a Palavra de Deus:

A maior parte do planeta é coberta por água, ela é
acessível a todos. Apesar de ser impossível definir seu sabor, a água refresca, revigora e satisfaz. Ela é um solvente universal, que dilui, lava e purifica. Embora aparentemente frágil, suas gotas são capazes de furar a mais dura rocha, seu fluir dissolve montanhas e suas correntes moldam os continentes. É nela que se encontra a maior quantidade de vida do planeta, e essa mesma vida é formada principalmente por água. Boa parte dela corre oculta aos olhos humanos, em rios subterrâneos, na seiva que dá vida às plantas e no sangue que corre em nossas veias. Sem água não há vida; sem a Palavra de Deus não há vida nova.

O mesmo João, em sua primeira carta, diz que Jesus veio por água e por sangue, referindo-se à água e ao sangue que saíram de seu lado ferido pela lança do soldado na cruz. Aquele é o sangue que tira os nossos pecados e aquela é a água que nos purifica. Além da água, Jesus fala a Nicodemos da ação do Espírito Santo no nascimento espiritual.

o que e nascer de novo, e reencarnação?

Leitura: João 3:8-13

Se Jesus usou a água para simbolizar a ação da Palavra de Deus no novo nascimento, agora ele usa o vento como figura daquele que é nascido do Espírito Santo. Lembre-se de que ele está falando de um novo nascimento espiritual, gerado de cima para baixo, de Deus para o homem, e não de um renascimento da velha vida natural que trazemos em nós, nem tampouco do velho corpo de carne. “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito”, por isso nem pense nisso como uma suposta reencarnação.

O novo nascimento é um ato soberano de Deus, não uma decisão do homem, e sem ele é impossível ao homem crer em Jesus. Em Efésios Paulo explica que o homem está espiritualmente morto em seus delitos e pecados. Coloque uma tonelada de pedras sobre um morto e nada acontecerá. Ele não sentirá o peso e tampouco será capaz de movê-lo ou terá qualquer desejo de fazer isso. Ele está morto.

Olhe para o ser humano como morto espiritualmente e você entenderá por que ele não sente a tonelada de pecados que pesa sobre si e nem tem qualquer desejo de se aproximar de Deus. Não há como fazer nem uma coisa, nem outra. É preciso uma intervenção divina que injete vida nesse homem morto para ele sentir o peso de seus pecados e clamar a Deus por libertação. Como isso acontece? Ninguém sabe, ninguém viu.

“O vento sopra onde quer, e ouves a sua voz; mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que é nascido do Espírito”. Isso é o mais longe que podemos chegar para entender o novo nascimento. Sua ação é tão invisível quanto o vento, mas podemos ver os resultados naquele que nasceu de novo. A mudança é real. Nicodemos, porém, continua achando que Jesus está falando de um acontecimento físico, que pode ser analisado pela lógica racional de uma mente natural. Não pode.

Ele continua sem entender, e ganha, por assim dizer, um puxão de orelha: "Tu és mestre em Israel e não entendes estas coisas?" A resposta mais simples é "Não", porque Nicodemos ainda precisa nascer de novo. Ele até entende que o Messias deve vir e estabelecer seu Reino, mas não como isso acontece, ou como uma alma é transformada para poder participar desse Reino. Jesus deixa de lado o Reino e outras coisas terrenas e passa agora a falar de coisas celestiais. Mas quem tem autoridade para falar das coisas celestiais?

Somente alguém que tenha livre trânsito entre o céu e a terra -- alguém que não fosse levado para o céu, mas tivesse o poder de subir de moto próprio sempre que desejasse; alguém pré existente, que não apenas nascesse aqui, mas descesse para nascer aqui; alguém que seja Deus onipresente, para estar no céu ao mesmo tempo que está diante de Nicodemos -- tem autoridade para falar das coisas celestiais. Porque "ninguém subiu ao céu, senão o que desceu do céu, o Filho do homem, que está no céu".

Religião não salva

Leitura: João 3:1-4

Se religião fosse suficiente para salvar alguém, Nicodemos não precisaria conversar com Jesus. Ele é um homem religioso, uma autoridade em judaísmo, e vai à noite se encontrar com Jesus. Numa sociedade sem eletricidade, ir à noite se encontrar com um desconhecido não é algo comum, a menos que você não queira que seus amigos o vejam. Pode ter sido o caso de Nicodemos.

Os sacerdotes, fariseus e saduceus não estão gostando nem um pouco da situação. Primeiro aparece um tal de João batizando e anunciando a chegada do Cordeiro de Deus. Depois vem Jesus, fazendo milagres e atraindo multidões. O clero odeia concorrência, mesmo que seja do próprio Deus vindo ao mundo na forma humana.

Apesar de toda a religião, Nicodemos sente que falta algo. Ele chama Jesus de Mestre, sem fazer ideia de que está diante daquele que o profeta Isaías chamou de “Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe de Paz”. Considerar Jesus apenas um mestre, ou espírito evoluído, como alguns hoje gostam de chamá-lo, é como parabenizar Einstein por saber somar dois mais dois. Jesus é Deus e como tal deve ser reconhecido e adorado.

A resposta de Jesus parece não ter coisa alguma com o início da conversa de Nicodemos. Mas tem. Imediatamente após ser elogiado como mestre, Jesus dispara: “Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus”. Em outras palavras, se Nicodemos quisesse conversar, teria de ser em outro nível. Antes de poder enxergar a esfera na qual Jesus atuava Nicodemos precisaria receber uma nova vida, ser transformado numa nova criatura. Ele precisava nascer de novo, nascer do alto ou nascer de Deus.

Jesus usa o exemplo do nascimento natural. Antes de nascer, você não fazia nem ideia do que havia fora daquele mundinho onde passou nove meses. Além disso, sua geração e o próprio nascimento não dependeram de você, mas de seus pais. Todas as decisões e todos os esforços foram de outros, não seus. Você foi um agente passivo em todo o processo. O que Jesus quer dizer é que, embora seja necessário a Nicodemos nascer de novo para ver o reino de Deus, é tão impossível ele próprio fazer isso quanto uma criança resolver nascer neste mundo.

Neste ponto Nicodemos entende menos ainda do que entendia quando chegou para conversar com Jesus. Ele não consegue pensar fora da caixa das coisas naturais e pergunta como é possível alguém voltar ao ventre da mãe para renascer. Mas Jesus responde que não está falando de um nascimento natural. Não se trata de voltar ao ventre da mãe ou reencarnar, como acreditam alguns. É necessário nascer da água e do Espírito Santo.

domingo, 4 de novembro de 2012

O apóstolo Pedro está com uma dúvida

Leitura: Mateus 18:21-22

O apóstolo Pedro está com uma dúvida. "Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão? Até sete vezes?" Para entender a pergunta de Pedro, é preciso entender o significado dos números na Bíblia.

O número "um" obviamente significa unidade. "Dois" é o número de testemunhas necessárias. Três é um testemunho perfeito, o número mínimo de pernas para uma mesa, algo suficiente em si mesmo. Deus é um, mas é também três Pessoas: Pai, Filho e Espírito Santo. Não tente entender. É Deus!

Quatro nos fala de simetria, dos 4 cantos da terra. Cinco é responsabilidade, é ação executada pelos cinco dedos da mão. Seis é o número que não chega a sete, é incompleto. Sete, portanto, é algo completo. Ele aparece em profusão no livro de Apocalipse, que completa a revelação de Deus.

Portanto, Pedro estava perguntando se sete vezes, um número completo, era suficiente para perdoar alguém. Jesus responde que deve perdoar setenta vezes sete, o que equivale perdoar setenta vezes sempre.

Mas isso também não é uma lei, como nada é lei para o cristão. No Antigo Testamento Deus deu 10 mandamentos e centenas de preceitos, que só serviram para provar que somos incapazes de atingir as expectativas de santidade exigidas por Deus. Então Deus revelou a sua graça, ao nos perdoar incondicionalmente.

Ok, você dirá que é injusto perdoar alguém sem uma reparação, sem que pague pelo que fez. Correto, e foi isso que Jesus veio pagar pelos pecados do pecador, para que o perdão agora pudesse ser gratuito. Uma vez salvo por graça, que é um favor imerecido, o cristão perdoa não por obrigação ou para receber algo em troca, mas porque Deus fez isso com ele.

Deu para entender que o cristão não vive por leis ou regras, mas por reflexo? Ele deve refletir o que vê em Cristo. Quando eu perdôo, faço isso porque fui perdoado. Quando dou algo a alguém, faço isso porque Jesus abriu mão de tudo por mim. Quando amo, é porque fui absurdamente amado.

Não há nada que eu possa fazer para Deus me amar mais, e coisa alguma poderia fazer ele me amar menos. Afinal, quando ele me encontrou, me amou e me salvou, eu era um pecador perdido, inimigo dele, uma completa ruína. Você não será perdoado por amar muito a Deus; você só pode ser perdoado por ser muito amado.

O Clero


Leitura: Mateus 23:1-3

Jesus volta a dedicar um capítulo inteiro do evangelho de Mateus, o capítulo 23, àqueles que sempre foram um problema para Deus: o clero. Mas o interessante é que ele não prega a desobediência ou a rebelião. Enquanto não viesse o tempo da Igreja, o judaísmo continuava valendo, o Templo em Jerusalém continuava sendo o lugar de adoração e as pessoas continuavam adorando em verdade, segundo as Escrituras, mas não em espírito.

Aqueles religiosos judeus ocupavam um lugar de autoridade, e Jesus reconhece a autoridade deles ao lembrar que se assentavam na cadeira de Moisés. Portanto o povo devia fazer o que eles diziam, mas não o que faziam. Sim, porque eles diziam uma coisa e faziam outra.

Tudo isso já era, e você não pode hoje querer fazer valer esse mesmo tipo de autoridade. Estamos na época da Igreja, não de Israel, e quando digo "igreja", por favor, entenda que estou falando do corpo de Cristo, formado por todos os que nasceram de novo pela fé em Jesus, e não de alguma denominação ou organização religiosa.

O cristão não vai a um templo; ele próprio é o templo do Espírito. Ele não vai a Jerusalém para adorar, ele adora onde dois ou três estão reunidos ao nome de Jesus. Ele não precisa de intermediários, pois está apto a entrar diretamente na presença de Deus. O apóstolo Pedro diz isso em sua primeira carta:

"Como pedras vivas, vocês estão sendo edificados como casa espiritual e sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo... vocês são a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido para anunciar as virtudes daquele que chamou vocês das trevas para a sua maravilhosa luz".

Isso vale para qualquer convertido, novo ou velho. Se você se converter a Cristo e crer que ele morreu por você na cruz e que o seu sangue foi suficiente para purificar você de todos os pecados e salvá-lo eternamente, isso vale para você. Ao contrário da religião judaica, na qual havia uma classe especial de homens, um clero, na Igreja todos são especiais, todos são sacerdotes, todos têm igual acesso a Deus.

Mas será que é isso que você vê ao redor? Infelizmente não. A cristandade adotou muitas coisas do judaísmo, principalmente a forma do clero. Sabe como é, o ser humano sempre quis exercer poder sobre as pessoas. Mas vamos voltar ao clero dos judeus.

Ao dizer que o povo devia escutar o que eles diziam, mas não fazer o que faziam, Jesus mostra que a principal característica do homem religioso é a hipocrisia; é fingir ser algo que realmente não é; é caprichar só na aparência para conquistar o respeito dos outros; é exigir que os outros vivam de uma maneira que ele não vive.

A hipocrisia de Pedro

Leitura: Gálatas 2:11-14
"Quando Pedro veio a Antioquia, enfrentei-o face a face, por sua atitude condenável. Pois, antes de chegarem alguns da parte de Tiago, ele comia com os gentios" - isto é, cristãos não judeus. "Quando, porém, eles chegaram, afastou-se e separou-se dos gentios, temendo os que eram da circuncisão" - isto é, os judeus convertidos a Cristo que achavam que ainda deviam obedecer a Lei do Antigo Testamento.

Paulo continua:
"Os demais judeus se uniram a ele nessa hipocrisia, de modo que até Barnabé se deixou levar. Quando vi que não estavam andando de acordo com a verdade do evangelho, declarei a Pedro, diante de todos: 'Você é judeu, mas vive como gentio e não como judeu. Portanto, como pode obrigar gentios a viverem como judeus?'"

Você já percebeu que havia uma diferença de opiniões aí. Os judeus que se convertiam a Jesus queriam continuar seguindo os mandamentos do Antigo Testamento, guardando o sábado, dando o dízimo, circuncidando seus filhos etc. Tudo isso tinha valido para Israel, mas agora eles eram Igreja. A carta aos Gálatas é uma carta dura, porque os próprios cristãos da Galácia tinham caído nesse engano de acreditar que a salvação vinha pela obediência aos mandamentos.

Aqui Paulo conta como repreendeu particularmente o apóstolo Pedro por agir com hipocrisia. Pedro conhecia a verdade e entendia a diferença, mas com medo de desagradar os judeus convertidos que insistiam na manutenção da velha ordem de coisas, Pedro se afastava de seus irmãos gentios quando seus irmãos judeus estavam por perto. E ainda por cima queria obrigar os gentios a viverem como judeus quando ele próprio, Pedro, já não vivia mais assim.

Pedro era um homem como qualquer um de nós; não tinha nada de infalível e estava sujeito às mesmas fraquezas e hipocrisias às quais eu e você estamos sujeitos. Você já quis parecer o que não é só para impressionar? Eu também e Pedro idem. Você já mandou alguém viver de determinada maneira quando você mesmo não vivia assim? Eu também e Pedro idem. Portanto, se tiver que olhar para alguém como seu exemplo, olhe para Jesus. Esse nunca falhou. Esse nunca foi hipócrita. Esse nunca decepcionará você.

Eu, você e todos os seres humanos que já passaram ou estão passando por este planeta somos falhos, e é por isso que não há salvação em nenhum outro além do Filho de Deus. Deus não encontrou um sequer que pudesse morrer pelos pecados do mundo, por isso enviou o Seu Filho e é nele que você deve crer.

sábado, 3 de novembro de 2012

Leitura: Gênesis 7 a 11

Deus decidiu dar outra chance à humanidade, recomeçando por intermédio de Noé e abrindo a dispensação que podemos chamar de 'governo humano'. Noé recebeu autoridade sobre seus semelhantes, inclusive com poder de condenar à morte aquele que derramasse o sangue de seu próximo. Isso nunca foi revogado por Deus.

Ao saírem da arca, Noé e seus filhos encontraram um mundo diferente. A expectativa de vida, que em poucas gerações cairia para os 120 anos, continuaria a cair até atingir a média de 30 anos. Foi só no século 20 que a medicina reverteu essa tendência e hoje a média gira em torno dos 70 anos, quase 900 anos menos que a idade de Matusalém, avô de Noé.

Nesse novo mundo Deus deu a carne como alimento, e os animais passaram a temer e a fugir dos homens, o que não acontecia antes. Tudo ia bem, até Noé, o primeiro governador desses novos tempos, sucumbir à embriaguez e cair em desgraça. Como sempre acontece nas dispensações, tudo começa bem e acaba mal. Os descendentes de Noé cuidaram disso no capítulo 11 de Gênesis.

Ali nós os encontramos pretenciosos e declarando-se donos do mundo. Eles dizem: "Vamos construir uma cidade, com uma torre que alcance os céus. Assim nosso nome será famoso e não seremos espalhados pela face da terra" (Gn 11:4). Porém Deus, falando na primeira pessoa do plural por ser uma ação do Pai, do Filho e do Espírito Santo, declara:

"Eles são um só povo e falam uma só língua, e começaram a construir isso. Em breve nada poderá impedir o que planejam fazer. Venham, desçamos e confundamos a língua que falam, para que não entendam mais uns aos outros" (Gn 11:6-7). O relato bíblico continua dizendo que "o Senhor os dispersou dali por toda a terra, e pararam de construir a cidade. Por isso foi chamada Babel [que significa 'confusão'], porque ali o Senhor confundiu a língua de todo o mundo".

O homem havia falhado na inocência, na consciência e no governo humano. Deus agora chamaria um para fora da idolatria que assolava o mundo e lhe daria uma promessa. Abrão, nome que significa "pai exaltado", mais tarde seria chamado de Abraão, ou "pai de uma multidão". Deus prometia a ele uma terra -- Canaã -- e uma posteridade, porém não sem sacrifício. Prefigurando o que o próprio Deus faria séculos mais tarde com seu Filho, Abraão recebeu a ordem de sacrificar Isaque, seu filho, em holocausto a Deus.

Aquilo tinha por objetivo provar a fé de Abraão, de que Deus traria seu filho de volta da morte. Uma vez satisfeito, Deus interrompeu o sacrifício e entregou um carneiro para ser morto em lugar de Isaque. Anos mais tarde o sacrifício do Filho de Deus não seria interrompido. O Cordeiro de Deus teria mesmo de morrer.

perderem sua inocência,

Leitura: Êxodo 12

Depois de pecarem e perderem sua inocência, Adão e Eva viram Deus sacrificar um animal e fazer vestimentas de peles para eles. O sangue de um animal inocente derramado em prol do pecador permitia que Deus continuasse agindo em graça para com o homem. Abel mostrou ter consciência disso, pois também fez um sacrifício de sangue que foi aceito por Deus na dispensação da consciência.

Noé deu início à terceira dispensação -- do governo humano -- derramando o sangue no sacrifício de animais e aves que levara na arca para esse fim. A promessa dada a Abraão em sua dispensação também estava associada a um sacrifício, do próprio filho do patriarca, substituído na última hora por um carneiro. A graça de Deus permaneceria disponível ao homem, sempre à sombra do sangue de animais inocentes sacrificados em lugar do pecador.

Encontramos agora os descendentes de Abraão como escravos no Egito e chamados de Israel. Este foi o nome que Deus deu a Jacó, neto de Abraão, para que fosse o patriarca de um povo ao qual foi dada a Lei. A dispensação da Lei inicia com o sangue de animais sacrificados nas casas dos israelitas no Egito, para protegê-los do juízo que cairia sobre os primogênitos daquela terra.

Deus testava o homem para ver se era capaz de viver pelos padrões divinos. A verdade é que a Lei nunca foi obedecida por homem algum, exceto Jesus. A razão é simples: quem transgredisse qualquer mandamento seria culpado de toda a Lei, e um dos mandamentos simplesmente proibia o homem de cobiçar. Experimente parar de pensar em pecar e você se achará pecando em pensamento.

Antes da formação da Igreja, nunca um povo havia sido tão privilegiado como foi Israel. E nunca antes o homem tinha afrontado a Deus da maneira que esse mesmo povo afrontou ao condenar seu Messias à morte. A dispensação da Lei continuou até Jesus pagar pela transgressão da mesma Lei, não por ele, mas pela nação de Israel. No capítulo 11 do evangelho de João isso foi profetizado por Caifás, o sumo sacerdote:

"É melhor que morra um homem pelo povo, e que não pereça toda a nação". João continua explicando que "ele não disse isso de si mesmo, mas, sendo o sumo sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus morreria pela nação judaica, e não somente por aquela nação, mas também pelos filhos de Deus que estão espalhados, para reuni-los em um corpo" (Jo 11:50-52).

Agora, não mais com o sangue de animais, mas sim de seu próprio Filho, Deus podia tratar com o homem em pura graça na dispensação que leva este nome. "A lei foi introduzida para que a transgressão fosse ressaltada. Mas onde aumentou o pecado, transbordou a graça, a fim de que, assim como o pecado reinou na morte, também a graça reine pela justiça para conceder vida eterna, mediante Jesus Cristo, nosso Senhor" (Rm 5:20).

Deus decidiu dar outra chance à humanidade,

Leitura: Gênesis 7 a 11

Deus decidiu dar outra chance à humanidade, recomeçando por intermédio de Noé e abrindo a dispensação que podemos chamar de 'governo humano'. Noé recebeu autoridade sobre seus semelhantes, inclusive com poder de condenar à morte aquele que derramasse o sangue de seu próximo. Isso nunca foi revogado por Deus.

Ao saírem da arca, Noé e seus filhos encontraram um mundo diferente. A expectativa de vida, que em poucas gerações cairia para os 120 anos, continuaria a cair até atingir a média de 30 anos. Foi só no século 20 que a medicina reverteu essa tendência e hoje a média gira em torno dos 70 anos, quase 900 anos menos que a idade de Matusalém, avô de Noé.

Nesse novo mundo Deus deu a carne como alimento, e os animais passaram a temer e a fugir dos homens, o que não acontecia antes. Tudo ia bem, até Noé, o primeiro governador desses novos tempos, sucumbir à embriaguez e cair em desgraça. Como sempre acontece nas dispensações, tudo começa bem e acaba mal. Os descendentes de Noé cuidaram disso no capítulo 11 de Gênesis.

Ali nós os encontramos pretenciosos e declarando-se donos do mundo. Eles dizem: "Vamos construir uma cidade, com uma torre que alcance os céus. Assim nosso nome será famoso e não seremos espalhados pela face da terra" (Gn 11:4). Porém Deus, falando na primeira pessoa do plural por ser uma ação do Pai, do Filho e do Espírito Santo, declara:

"Eles são um só povo e falam uma só língua, e começaram a construir isso. Em breve nada poderá impedir o que planejam fazer. Venham, desçamos e confundamos a língua que falam, para que não entendam mais uns aos outros" (Gn 11:6-7). O relato bíblico continua dizendo que "o Senhor os dispersou dali por toda a terra, e pararam de construir a cidade. Por isso foi chamada Babel [que significa 'confusão'], porque ali o Senhor confundiu a língua de todo o mundo".

O homem havia falhado na inocência, na consciência e no governo humano. Deus agora chamaria um para fora da idolatria que assolava o mundo e lhe daria uma promessa. Abrão, nome que significa "pai exaltado", mais tarde seria chamado de Abraão, ou "pai de uma multidão". Deus prometia a ele uma terra -- Canaã -- e uma posteridade, porém não sem sacrifício. Prefigurando o que o próprio Deus faria séculos mais tarde com seu Filho, Abraão recebeu a ordem de sacrificar Isaque, seu filho, em holocausto a Deus.

Aquilo tinha por objetivo provar a fé de Abraão, de que Deus traria seu filho de volta da morte. Uma vez satisfeito, Deus interrompeu o sacrifício e entregou um carneiro para ser morto em lugar de Isaque. Anos mais tarde o sacrifício do Filho de Deus não seria interrompido. O Cordeiro de Deus teria mesmo de morrer.

a terra antes do dilúvio 1

Leitura: Gênesis 5 e 6            eletricista encanador   pesquisa google  uma boa musica  "felix1"

A terra antes do dilúvio é de causar inveja em qualquer autor de literatura fantástica. Era um planeta totalmente diferente. Não chovia -- uma névoa regava as plantas. As condições atmosféricas, de radiação solar e menor degradação genética permitiam que sua população vegetariana vivesse por quase mil anos. Sim, vegetariana, porque a carne só seria dada por alimento após o Dilúvio.

A população na véspera do Dilúvio poderia ser igual ou maior que a atual. Faça as contas e você verá.* Havia uma única civilização, um único idioma e um único continente. A expectativa de vida era medida em séculos e as pessoas transmitiam verbalmente e de primeira mão séculos de conhecimento. O pai e o avô de Noé eram contemporâneos de Adão, que lhes contou o que aconteceu no Éden. Por isso não havia idolatria antes do dilúvio. As pessoas sabiam que Deus era real, porém tentavam substituí-lo pela capacidade humana, como fazem os modernos humanistas.

No Éden Satanás fora avisado de que um descendente da mulher esmagaria sua cabeça, por isso armou um plano para corromper a linhagem humana. Seus anjos caídos desertaram de seu estado natural, assumiram a forma humana e fecundaram mulheres, que geraram seres híbridos e poderosos conhecidos por "nefilins" ou "gigantes". Agora você já sabe de onde vêm as antigas lendas de titãs e semideuses. Não são lendas; eles realmente existiram.

Naquele mundo de habitantes centenários, convivendo com titãs com poderes só vistos nos livros de ficção, Deus era reconhecido e respeitado por poucos. Pouquíssimos, se você considerar que apenas Noé, sua esposa, filhos e noras -- oito pessoas -- acreditaram na Palavra de Deus de que o mundo seria destruído. Somente eles entraram na imensa arca repleta de animais, cuja porta foi fechada do lado de fora pelo próprio Deus.

Por mais de cem anos Noé anunciou publicamente, tanto o juízo de Deus quanto a salvação pela fé. Jesus, em Espírito, pregava por intermédio de Noé aos que mais tarde teriam seus espíritos em prisão por rejeitarem a Palavra de Deus. Para serem salvos teria bastado crer na Palavra de Deus e estar no lugar que Deus determinou: a arca. Mas isso exigia fé, pois a arca foi construída em terra seca numa época quando ninguém sabia o que era chuva, quanto mais um dilúvio.

Hoje Deus avisa que este mundo será mais uma vez destruído, só que por fogo. Desta vez a salvação está numa Pessoa, Jesus, o Filho de Deus, o único sobre quem o fogo do juízo divino já caiu. Para ser salvo de uma enchente você precisa flutuar sobre ela. Para ser salvo do fogo, você precisa estar onde ele já queimou.

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A dor da morte a esperança em um milagre

Aprenda a confiar no Deus que não apenas dá o sustento cotidiano, mas também vida aos mortos.  Leitura: Lucas 4:25-26; 1 Reis 17

Não há nada de errado em se buscar a Deus para nossas necessidades básicas, mas tudo está errado quando nós nos limitamos a isso. Deus não é um talismã para nos dar sorte nesta vida, e nem uma cornucópia para garantir nossa prosperidade material. Paulo escreveu que "se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens" (1 Co 15:19).

Mas tudo muda diante da morte, o fim do homem em seu estado natural. Terminam todos os seus planos, esperanças, poder e vanglória. Não existe experiência mais triste e deplorável do que a partida de alguém sem Deus. A viúva, que já havia experimentado a provisão de Deus para esta vida, é agora surpreendida pela morte de seu único filho.

Ela reclama a Elias: "Que foi que eu te fiz, ó homem de Deus? Vieste para lembrar-me do meu pecado e matar o meu filho?". Diante da realidade da morte, o milagre que conservou a ela e a seu filho vivos até ali é imediatamente esquecido. Até o profeta está surpreso com a morte do garoto, pois clama: "Ó Senhor, meu Deus, trouxeste também desgraça sobre esta viúva, com quem estou hospedado, fazendo morrer o seu filho?".

Porém Deus ainda não tinha escrito o último capítulo desta história e é bom aprendermos que para aquele que crê em Jesus também resta o capítulo da ressurreição, que ainda não se realizou.

Elias carrega o garoto para o quarto onde o profeta estava hospedado, no andar de cima, e o deita em sua cama. Então ele próprio se deita sobre o menino três vezes e clama: "Ó Senhor, meu Deus, faze voltar a vida a este menino!". O Senhor ouve o clamor de Elias e ressuscita o menino, que é entregue à sua mãe. "Agora sei que tu és um homem de Deus e que a palavra do Senhor, vinda da tua boca, é a verdade", diz a mãe (1 Rs 17:24).

Ao se deitar sobre o corpo morto do menino Elias se identifica com ele em sua morte. Foi o que Jesus fez por nós. Na cruz ele identificou-se plenamente com o homem ao assumir a culpa pelo pecado e entregar sua vida. Em sua vida aqui Jesus podia se compadecer de você, mas foi na morte que ele realmente se identificou com você. Se você espera em Cristo apenas para suprir as necessidades desta vida, considere-se a pessoa mais miserável que existe. A real riqueza está na vida em ressurreição, porque é a vida eterna e sem pecado.

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

O Homem que Jesus não curou

Leitura: João 11

O capítulo 11 do evangelho de João é conhecido como o capítulo em que Jesus ressuscita Lázaro. Mas pode também ser visto como a história do homem que Jesus não curou. Aqui Jesus sabe que um de seus melhores amigos está doente, mas não faz nada para curá-lo.

Quando Marta e Maria, irmãs de Lázaro, mandam avisá-lo de que Lázaro está enfermo, Jesus apenas comenta: "Esta enfermidade não é para a morte, mas para glória de Deus, para que o Filho de Deus seja glorificado por ela". Então, ele fica ainda dois dias onde está, sem demonstrar qualquer urgência.

Se você acha normal essa atitude, imagine ligar para o Pronto Socorro pedindo uma ambulância para um familiar doente e ouvir o médico dizer: "Estarei aí em alguns dias. Não se preocupe porque esta enfermidade não é para a morte, mas para o progresso da medicina, pois trará grande prestígio à minha carreira".

Você ficaria decepcionado, como ficam Marta e Maria quando Jesus chega atrasado ao enterro de Lázaro, após uma viagem que durou dois dias, mais os dois dias que permaneceu no lugar onde estava. Ambas fazem o mesmo comentário: "Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido".

A questão é que Jesus não é médico. Se ele tivesse vindo para curar doentes, teria curado toda a população do planeta com a mesma facilidade que ressuscitou Lázaro. Mas ele é o Filho de Deus que veio ao mundo com a missão específica de morrer para salvar pecadores.

Para entender a diferença, vou usar um exemplo bem tosco. Imagine um moribundo sendo consumido por uma doença incurável. O médico avisa que é capaz curá-lo para sempre, dando a ele saúde perpétua, porém que não irá fazê-lo imediatamente, mas em um dia futuro. Enquanto isso, apenas para demonstrar que tem capacidade, o médico faz sua dor de dente desaparecer como num passe de mágica.

Este exemplo dá uma ideia da diferença entre um benefício passageiro nesta vida e a salvação eterna que Jesus oferece. Os milagres e curas que Jesus e seus discípulos faziam eram para demonstrar suas credenciais de Messias. Era como se abrisse uma fresta no tempo e dissesse aos judeus: "Vejam como será quando eu reinar".

Quando João Batista mandou perguntar se ele era o Messias ou se deviam aguardar outro, Jesus respondeu: "Os cegos veem, os coxos andam; os leprosos são purificados, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho" Mt 11:5. Aquelas credenciais provavam que o Messias havia chegado.

Seguros eternamente

Leitura: João 10:22-42

Repare no versículo 22 deste capítulo 10 de João: "E em Jerusalém havia a Festa da Dedicação, e era inverno". Uma cena de inverno é bem apropriada para descrever a frieza com que o Messias está sendo tratado pelo seu próprio povo.

Mais à frente, no capítulo 13 deste mesmo evangelho, encontramos Jesus dando um bocado de pão molhado em vinho para Judas, antes da última ceia com seus apóstolos. Ali diz: "E, tendo Judas tomado o bocado, saiu logo. E era já noite." É inverno quando os judeus rejeitam o Messias. Quando o entregarem à morte, será noite.

Os judeus voltam a questioná-lo no Templo em Jerusalém: "Se tu és o Cristo, dize-nos claramente. Jesus respondeu-lhes: Eu vo-lo digo, mas não credes. As obras que faço em nome de meu Pai, estas dão testemunho de mim. Entretanto, não credes, porque não sois das minhas ovelhas".

O verdadeiro Pastor continua explicando: "As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará das minhas mãos. Meu Pai, que mas deu, é maior do que todos; e ninguém pode arrebatá-las das mãos de meu Pai. Eu e o Pai somos um. Os judeus pegaram, então, outra vez, em pedras para o apedrejarem".

Veja quantas coisas há nestas palavras: as ovelhas sabem discernir a voz do Pastor, ele as conhece uma a uma, elas recebem dele a vida eterna, nunca irão perecer, ninguém pode tirá-las das mãos de Jesus que as recebeu do Pai, ninguém pode arrancá-las das mãos do Pai, e Jesus e o Pai são um.

Aqui diz que, vida eterna, nós recebemos de Jesus; nós não a temos de nós mesmos. Não se trata apenas de uma vida que não termina; por ser eterna, é também uma vida que não tem começo. É a vida de Jesus, o Filho Eterno de Deus. Esta é a garantia interna de que, ao crermos em Jesus, recebemos em nós uma vida que nunca mais perderemos, caso contrário ela não seria eterna.

Então vem a dupla garantia contra as ameaças externas: Ninguém pode arrebatar uma ovelha, nem das mãos de Jesus, nem das mãos do Pai. Foi o Pai quem as deu ao filho e nenhuma delas se perderá. "Quem tem o Filho, tem a vida; quem não tem o Filho de Deus, não tem a vida". 1 Jo 5:12

As ovelhas que o lobo arrebata no versículo 12 são as que não têm a Jesus como Pastor. Lá ele alerta: "O mercenário, que não é pastor, de quem não são as ovelhas, vê vir o lobo, e deixa as ovelhas, e foge; e o lobo as arrebata e dispersa".