segunda-feira, 4 de março de 2013

A unica Paz

Leitura: João 14:27-31

Quando Jesus morreu, deixou poucas coisas materiais. O seu espólio não passava de algumas peças de roupa que acabaram sendo sorteadas entre os soldados que o crucificaram. Ele também não deixou qualquer coisa escrita de próprio punho, e tudo o que sabemos sobre ele e das coisas que falou é aquilo que seus discípulos nos legaram. 

Antes de morrer, porém, Jesus deixou em seu testamento algo inigualável, e é disso que fala o versículo 27 do capítulo 14 de João: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou". De que paz ele está falando? Daquela que não temos por natureza, porque se a tivéssemos ele não precisaria ter vindo ao mundo morrer por nós. 

Quando está prestes a morrer, Jesus aponta para uma das conseqüências de seu sacrifício: a paz. O seu sacrifício seria o único meio de Deus fazer as pazes com o homem. Uma pessoa que crê em Jesus, que aceita para si tudo o que o seu sacrifício significa, tem paz com Deus. Trata-se de uma paz eterna e permanente que nada ou ninguém poderá tirar.

Como você se sentiria se acabasse de receber a notícia de que um câncer foi curado? Ou que uma dívida impagável foi anistiada? Ou que sua pena, caso fosse um criminoso, tivesse sido anulada? Você teria paz com respeito a essas coisas, uma sensação de alívio que o levaria a suspirar e sorrir. Você teria trocado um futuro sombrio por um futuro brilhante. Seria essa a sensação de paz que invadiria seu coração.

E se Deus disser que seus pecados estão todos perdoados; que você vai viver eternamente em um corpo imortal e incorruptível; que tem para si um lugar reservado na glória dos céus, como você se sentiria? "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou". Este é o legado de Jesus para aqueles que crêem nele. Não um alívio passageiro de um problema de saúde, financeiro ou legal, mas uma paz eterna e consolidada por Jesus por meio de sua morte e ressurreição.

Eu e você herdamos o pecado de Adão e nem sequer podemos alegar que não tínhamos nada a ver com o que aconteceu no jardim do Éden. É só ver quantas vezes pecamos para entendermos que estamos constantemente fazendo uso dessa herança. Agora Cristo oferece outra herança, o perdão completo de seus pecados e a paz que excede todo entendimento. "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o vosso coração, nem se atemorize".

Sim, o mundo também oferece uma paz, mas ela é como as poucas peças de roupa que os soldados tiraram de Jesus e logo estariam podres. A paz que o mundo oferece é uma satisfação efêmera na compra de uma roupa, do primeiro carro ou na conquista de um novo amor. Quantas vezes você quis desesperadamente algo, conseguiu, e depois perdeu o interesse? 

A Morada de Deus


Leitura: João 14:22-26

Um dos discípulos, Judas (não o traidor), não entende como é que Jesus iria se manifestar a eles e não ao mundo. Provavelmente Judas esteja pensando na manifestação gloriosa do Messias, o Cristo, vindo para reinar. Ele não percebe que Jesus está falando de uma manifestação que não é pública, mas de intimidade para com aqueles que são seus.

Jesus responde: 
"Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará... Quem não me ama, não guarda as minhas palavras; ora, a palavra que ouvistes não é minha, mas do Pai que me enviou". Simples assim. Se você duvida da Palavra de Deus, não ama a Jesus.

Então Jesus promete que cada discípulo seria uma habitação de Deus em Espírito: "E viremos para ele, e faremos nele morada". Por que ele fala no plural? Porque ao crer em Cristo, tanto o Pai como o Filho fazem do crente a sua morada através do Espírito Santo. O Espírito Santo vem habitar em você, mas é Deus na sua totalidade, ou toda a Trindade, que está envolvida nessa operação.

Aqueles discípulos só iriam receber este privilégio alguns dias depois, quando fosse formada a igreja no dia de Pentecostes e o Espírito Santo descesse sobre eles. Ele viria habitar na igreja coletivamente, e em cada crente individualmente. É por isso que qualquer recém-convertido nos dias de hoje conhece melhor o Salvador do que os discípulos de Jesus conheciam quando andavam com ele aqui, antes do dia de Pentecostes. 

No período dos evangelhos, os discípulos não tinham o Espírito Santo habitando neles. Eles eram como qualquer crente do Antigo Testamento. O Espírito de Deus estava com eles, mas não neles. Em 1 Coríntios, capítulo 2, Paulo explica assim: "Qual dos homens sabe as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? Assim também ninguém sabe as coisas de Deus, senão o Espírito de Deus".

Vou dar um exemplo: o seu espírito humano é a sua parte mais íntima, que conhece você perfeitamente. Se eu quisesse conhecer realmente como você é, o que pensa, do que gosta, eu precisaria transplantar o seu espírito em mim. Aí eu entenderia você. É o que Deus faz, quando o Espírito dele vem habitar em você ao crer em Jesus. Você passa a entender realmente como Deus é, o que pensa, do que gosta... 

Percebeu agora por que quando você fala do evangelho a um incrédulo isso para ele soa como loucura? Sem a nova vida que vem de Deus e o recebimento do Espírito Santo, é impossível alguém compreender as coisas de Deus. E Jesus continua mostrando aos apóstolos como eles seriam capazes de escrever os evangelhos tantos anos depois, ao dizer: "O Espírito Santo... vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito".