quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

autor do sabado

Leitura: João 5:17-18

Ao curar um homem no sábado Jesus desperta a ira dos religiosos judeus. A lei dada por Deus a Moisés ordenava que nenhum trabalho fosse feito no sábado, e os transgressores deviam ser castigados com a morte por apedrejamento. Estes judeus, que agora desejam matar Jesus, não percebem duas coisas.

Primeiro, que a lei do sábado tinha sido dada para benefício do homem. Deus queria que o seu povo descansasse, por isso qualquer tipo de trabalho era proibido, mas atividades que tivessem por objetivo salvar uma vida ou curar um enfermo não eram consideradas trabalho, mas atos de misericórdia.

Em uma ocasião Jesus usa o exemplo da ovelha, que qualquer judeu estava pronto a socorrer caso caísse numa cova no sábado. Aqueles mesmos judeus, que tinham tanto cuidado com suas ovelhas, não ligavam nem um pouco para a cura que Jesus efetuou em um homem que estava há trinta e oito anos preso na cova de sua enfermidade.

A segunda coisa que os judeus não percebem é que aquele que curou o homem no sábado é o mesmo Deus que, no passado, havia dado a Lei a Israel. Foi por meio dele que todas as coisas foram criadas, e foi ele quem descansou no sétimo dia de sua criação. Porém, aquele seria o último descanso para Deus, já que logo depois Adão e Eva cairiam em pecado. Desde então, a humanidade só deu trabalho ao seu Criador.
"Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também", é o que Jesus responde aos religiosos judeus que o criticam por ter curado o homem no sábado. O detalhe é que, ao dizer isso, Jesus se torna culpado, aos olhos dos judeus, de algo ainda mais grave do que transgredir o mandamento do sábado. Ele precisa ser eterno para também trabalhar até agora como faz o Pai, e ao chamar a Deus de Pai está dizendo ser igual a Deus.

Para um judeu, chamar a Deus de Pai era impensável. No Antigo Testamento há meia dúzia de passagens que chamam Deus de Pai dos seres humanos, mas nenhuma delas no sentido de filiação. Ou elas são no sentido de Criador, ou de quem cuida de sua criação, mas nunca no sentido de alguém que transmite seu DNA ou sua própria natureza a um filho gerado por ele.

A revelação que Jesus faz aos judeus mostra que existe uma ligação íntima e indissolúvel entre ele e o Pai, e por isso
"os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque não só quebrantava o sábado, mas também dizia que Deus era seu próprio Pai, fazendo-se igual a Deus".

Depois da cura

Leitura: João 5:10-16

Depois de curar o homem que jazia enfermo por 38 anos, Jesus lhe diz para pegar a maca onde jazia e sair dali caminhando. Quando os judeus religiosos veem aquele homem carregando sua maca, dão a maior bronca. Querem saber por que ele transgredia o mandamento do Sábado, que proibia carregar algo ou fazer algum trabalho neste dia.

Ele responde que um homem, o mesmo que o havia curado, disse que ele podia ir embora carregando sua maca. Ele não sabe quem é aquele homem, mas acaba reencontrando Jesus no templo. Isso faz sentido. Se nos lembrarmos de que o objetivo de Deus ao salvar alguém é transformá-lo em um adorador, a ida daquele homem ao templo era um testemunho de sua real transformação.

No capítulo 9 do livro de Atos, o Senhor manda Ananias ir se encontrar com Saulo, um ferrenho perseguidor dos cristãos que tinha acabado de se converter a Cristo. Para identificá-lo, o Senhor diz a Ananias:
"Vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo; pois ele está orando". A oração era uma característica de sua conversão.

A primeira reação de quem se converte a Cristo é buscar a Deus em oração, ações de graças e adoração, pois foi para termos comunhão com ele que Deus nos criou. Amar a sua Palavra, fazer a sua obra e ter aversão ao pecado são outros resultados de uma conversão real. Todas essas coisas, porém, são os vagões que acompanham a locomotiva de uma salvação já consumada. Aquele homem não foi ao templo para ser curado. Ele foi porque tinha sido curado.

É claro que, junto com os benefícios, vêm as responsabilidades, por isso Jesus diz ao homem:
"Olhe, você está curado. Não volte a pecar, para que algo pior não lhe aconteça". Ele não diz o que seria esse "algo pior", mas deixou evidente duas coisas. Primeiro, que o padrão de santidade estabelecido por Deus é sempre absoluto. Ele não diz "procure não pecar" ou "não peque muito", mas simplesmente "não volte a pecar".

Segundo, que o pecado sempre traz consequências ruins. Embora um verdadeiro crente não possa perder a salvação, ele pode perder a comunhão com Deus, a alegria, a saúde e até a própria vida como consequência do pecado. Deus é um Pai que disciplina cada filho desobediente. Embora uma disciplina assim pareça severa, se avaliada numa perspectiva eterna ela dói menos do que uma chinelada tomada na infância. Mas, na hora, pode apostar que a chinelada de Deus também dói. Mais tarde, o homem que fora curado conta aos religiosos judeus que o nome daquele que o curou é Jesus. proximamensagem

Olhando para o lado errado

Leitura: João 5:1-9

Jesus vai a Jerusalém e visita um tanque chamado de Betesda, ao redor do qual há uma multidão de enfermos. Essa multidão está ali esperando ver um movimento na água feito por um anjo. O primeiro que entrar no tanque assim que a água se mover é curado.

Ainda que alguns manuscritos não tragam o versículo 4, que fala desse anjo, o relato está bem de acordo com a dispensação que vigorou para Israel, quando os anjos faziam a intermediação entre Deus e os homens. Foi por intermédio deles que a Lei foi dada a Moisés, e esta exigia que o homem fizesse algo de si mesmo se quisesse ser abençoado, como por exemplo, ser capaz de ver a água se mover e mergulhar no tanque.

Com tantos cegos, coxos e aleijados jazendo ali, fica difícil imaginar como alguém conseguia entrar a tempo de aproveitar o efeito curativo do movimento da água. O cegos nem podiam ver a água se mover, e os coxos e aleijados não tinham a agilidade suficiente para cumprir a tarefa. Do ponto de vista espiritual, todas aquelas pessoas estavam numa mesma condição: incapazes de fazer qualquer coisa para se salvarem.

É este também o cenário atual: um monte de gente esperando por um sinal visível para executar algum tipo de ação e se livrar de seus problemas. O que as pessoas não percebem é que os problemas são consequência de um problema maior: a condição de pecadores perdidos. Alguns ali talvez preferissem tentar ver o anjo antes do movimento da água, e gente ocupada com anjos é o que não falta em nossos dias.

O problema dos doentes no tanque de Betesda é que estão olhando na direção errada, esperando a salvação de algum anjo, sinal visível ou esforço próprio. Mas o único que pode salvá-los está bem ali no meio deles, mas ninguém está olhando para ele. Assim é todo ser humano. A carta aos Romanos diz que não há quem busque a Deus, nem um sequer.

Por isso a iniciativa parte de Jesus, que não apenas vê o homem enfermo, mas sabe perfeitamente que ele está assim há 38 anos. Ele pergunta ao homem se quer ser curado, mas o pobre enfermo está tão preocupado com suas próprias limitações, que explica que não tem ninguém para colocá-lo no tanque quando a água se move. Mas quem falou em tanque?
"Levanta-te, toma o teu leito, e anda", diz Jesus. O resultado é o mesmo de todas as outras vezes em que bastou uma palavra do Senhor para cegos enxergarem, mudos falarem e mortos ressuscitarem.

Se você deseja ser curado de seus pecados e ter vida eterna, por que continua olhando para si mesmo ou para qualquer outro que não seja Jesus? Não estou falando de uma religião, mas de uma pessoa. A religião quer que você continue preso ao leito das incertezas, pois ela vive disso. Aliás, sabe de onde vem a primeira bronca que aquele homem recebe ao ser curado? Da religião

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Crer ou ver?


Leitura: João 14:10-11

Há duas maneiras de você crer no que alguém diz: acreditando na pessoa ou esperando que ela prove que diz a verdade. Se alguém diz que ama você, como você reage? Aceita a sua palavra, ou responde: "Ok, então prove!". Jesus diz a Filipe: "Crede-me que eu estou no Pai, e que o Pai está em mim". Pelo jeito Filipe era do tipo desconfiado, pois Jesus acrescenta: "Crede ao menos por causa das mesmas obras".

Há quem só acredite na Palavra de Jesus se enxergar ou sentir algo. A Bíblia descreve muitos milagres feitos por Jesus, mas será que eles já não são suficientes para você? Os milagres que Jesus fazia tinham um objetivo muito claro: mostrar que ele estava no Pai e era Deus agindo ali. Aos cristãos de Corinto Paulo diz: "Enquanto os judeus pedem sinal, e os gregos buscam sabedoria, nós pregamos a Cristo crucificado, que é escândalo para os judeus, e loucura para os gregos".

Os judeus queriam ver; os gentios, entender. Em Cristo crucificado encontramos as duas coisas -- o poder de Deus e a sabedoria de Deus -- mas de um modo que é loucura para a mente carnal. O evangelho -- a boa notícia de Jesus morto por nossos pecados e ressuscitado para nossa justificação -- é o "poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego".

Na mesma carta Paulo fala que "a fé é pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de Cristo". Então por que você ainda espera ver algo? Esperar por algum milagre é o mesmo que você dizer a Jesus: "Você me ama? Ok, então prove!". Mas que prova de amor você está esperando? Que ele morra outra vez por você? Que suba vivo ao céu diante de seus olhos?

Hoje muitos correm atrás de visões, sinais e milagres, como se fossem esteróides da fé, sem os quais se sentem fracos. Ao colocar seu foco nos milagres de Deus, ao invés de colocá-lo no Deus dos milagres, você fica vulnerável ao engano. Satanás é capaz de imitar muitos dos sinais e milagres que você encontra na Bíblia.

O problema é que, quando a mente carnal vê um milagre, mesmo que autêntico, ela tira conclusões também carnais. No livro de Atos, quando Paulo foi curado milagrosamente da picada de uma víbora, as pessoas do lugar o consideraram um deus. Quando ele curou um homem, foi chamado de Mercúrio, e seu companheiro Barnabé de Júpiter. O sacerdote local trouxe touros para sacrificar em homenagem a eles.

Quantas pessoas você conhece que mergulham no erro quando veem algum milagre? Pessoas que passam a seguir cegamente um líder religioso, fazem orações a alguma imagem, penduram objetos no pescoço, acreditando existir neles poder para protegê-las... Se você ficar correndo atrás de sinais e milagres, acabará deixando de se ocupar com aquele que deveria ser o foco da sua atenção: Jesus.

Trevas


Leitura: João 13:23-30

Esqueça o quadro "A Santa Ceia" de Leonardo Da Vinci. Naquela época e lugar as pessoas não se sentavam em cadeiras, e muito menos todas do mesmo lado da mesa. Elas sentavam-se no chão, em almofadas ou bancos baixos, diante de uma mesa também baixa. Sentado assim na diagonal, encontramos João reclinado sobre o peito de Jesus.

Pedro faz um sinal a João para que ele pergunte a Jesus quem seria o traidor. Jesus revela a João que o traidor é aquele a quem ele dará um pedaço de pão molhado, talvez em azeite ou no molho da refeição. Tudo indica que isso foi falado em voz baixa, pois ninguém mais escutou.

Existe um lugar onde podemos escutar melhor o que Jesus tem a nos dizer, e esse lugar é bem perto dele. Ali escutamos o que outros não escutam e entendemos o que outros não entendem. Todos na sala interpretam o gesto de Jesus como uma expressão de seu apreço por Judas, mas João sabe que é justamente o contrário.

Até aqui Judas andou segundo a influência de sua própria vontade e do diabo. A partir de agora o diabo passa a ter total controle sobre ele. O primeiro Salmo diz que é "bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores".

Perceba que existe um processo: andar, parar e sentar. Todo erro e transgressão começa quando escutamos os ímpios, e evolui ao nos determos em seus caminhos. Quando menos esperamos já estamos sentados em sua roda, como companheiro deles.

Não podemos evitar que o diabo nos influencie por meio de coisas, pessoas ou pensamentos, mas podemos evitar nos deter nessas coisas, pessoas ou pensamentos. Desvie um grau em sua rota e o ângulo irá abrir até lá na frente você acabar a quilômetros de seu destino original.

Ao acalentar pensamentos sugeridos pelo diabo, Judas acaba se tornando companheiro dele é totalmente dominado. Judas vira as costas para Jesus e sai da sala. Os discípulos acreditam que Jesus tenha dito a Judas para comprar algo ou dar algum dinheiro aos pobres. O versículo 27 diz que foi por Satanás ter entrado nele, e o 30 termina com estas significativas palavras: "E era já noite".

Quem volta as costas para a Luz tem diante de si apenas densas trevas. Se você decidir viver segundo o conselho dos ímpios - inclusive o seu próprio conselho - acabará sendo um instrumento do diabo sem perceber. Mas, se permanecer reclinado sobre o peito de Jesus, em íntima comunhão com ele, você descobrirá coisas que outros ignoram.

Identidade de discipulo


Leitura: João 13:31-35

O clima na sala muda com a saída de Judas. Aos que ficam Jesus os chama de "filhinhos" e lhes revela o que ocorre nos bastidores: "Agora é glorificado o Filho do Homem, e Deus é glorificado nele". Jesus é o Filho do Homem por ser Deus em humanidade, e "glorificado" significa alguém grandemente honrado. O desejo de Deus para Jesus é visto aqui como já realizado e agora os discípulos sabem disso.

Quando decidiu destruir Sodoma, o Senhor ponderou consigo mesmo: "Ocultarei eu a Abraão o que faço?". Não, ele não ocultaria os seus planos de alguém com quem desfrutava de comunhão. Ter comunhão significa ter coisas em comum. A passagem em Gênesis 17 mostra que Deus não apenas revela a Abraão o que pretende fazer, como escuta com atenção quando este intercede pelos moradores de Sodoma.

Abraão consegue do Senhor a promessa de não destruir a cidade se nela encontrar 50 justos. Em seguida, com um sentimento de amor para com os habitantes de Sodoma, Abraão continua intercedendo:

"Se... de cinquenta justos faltarem cinco?". "Não a destruirei, se eu achar ali quarenta e cinco", responde o Senhor. Abraão insiste: "Quarenta?" "Não o farei por amor dos quarenta". "Trinta?" "Não o farei se achar ali trinta". "Vinte?" "Não a destruirei por amor dos vinte". "Dez?" "Não a destruirei por amor dos dez". Abraão parou no dez, mas eu fico pensando se Deus teria mesmo destruído Sodoma caso Abraão intercedesse até a possibilidade de existir ali apenas um justo.

Depois de salvo pela fé em Jesus e em seu sacrifício na cruz, o crente é deixado aqui para ocupar o lugar que Jesus ocupou, ou seja, ser um testemunho de Deus em um mundo corrompido pelo pecado, e interceder pela salvação de seus habitantes. Esta é a "carteira de identidade" de um verdadeiro discípulo de Jesus: o amor pelas pessoas.

O verdadeiro cristão ama porque Deus o amou primeiro. Ele quer que outros pecadores sejam salvos, porque ele próprio, um pecador, foi alcançado pela misericórdia de Deus. O amor é uma consequência da salvação recebida, não o contrário. As religiões humanas colocam o amor como condição para se receber a salvação. A caridade do homem religioso pode parecer piedade, mas é interesseira. Ele ama o próximo porque acredita que isso irá contar pontos em sua salvação.

A Lei dada a Moisés dizia "amarás ao teu próximo como a ti mesmo". Jesus, porém, diz aos que já são salvos: "Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem". Para quê? Para ser salvo? Não, mas por já ter sido salvo e não ter sido tratado por Deus com o rigor que merecia. Ao crer em Jesus você recebe o que não merecia: a salvação. E fica livre de receber o que merecia: a condenação eterna.

Já não fomos curados pelas chagas de Jesus?

Para mim está muito claro em 1 Pedro 2:24 que o apóstolo está se referindo à cura dos pecados, e não de doenças físicas. O versículo não fala de feridas ou chagas de doenças, mas das que foram resultado da morte do Senhor na cruz, com o explícito propósito de nos salvar. Interpretar "por suas chagas, fostes sarados" da passagem como cura do corpo físico é tirar as palavras do contexto e limitar a obra expiatória de Cristo na cruz às necessidades momentâneas desta vida.

O que tem valor eterno na obra de Cristo, as curas de enfermidades físicas que ele praticou aqui em pessoas que depois acabaram morrendo, ou a cura do pecado? Experimente ler todo o contexto, sem isolar o "por suas chagas, fostes sarados":

"Levando Ele mesmo em Seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas Suas feridas fostes sarados PORQUE éreis como ovelhas desgarradas; mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas". 1 Pedro 2:24

O "porque" aqui é a motivo de terem sido sarados: eram como ovelhas desgarradas, mas agora (depois de terem sido sarados) voltaram ao Pastor e Bispo de suas almas. Lembre-se de que Ele está se dirigindo primeiramente aos judeus dispersos, que tinham as promessas de um Salvador incorporadas em sua própria cultura como judeus que eram: "PEDRO, apóstolo de Jesus Cristo, aos estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia...". O apóstolo lhes faz lembrar que Cristo é a consumação das promessas que antes foram feitas.

Você escreveu: "Estou vivendo e pesquisando a Palavra de Deus há 25 anos, especialmente no que diz respeito a cura".

Existe uma grande margem para o engano quando estudamos a Palavra de Deus com um objetivo apenas em mente, como você diz estar fazendo. Ao decidir ler a Palavra para procurar nela tudo o que diz respeito a cura, é muito provável que acabe enxergando o assunto até onde ele não existe. Muitas heresias foram criadas por pessoas que fizeram o caminho de marcha à ré na leitura da Palavra, quero dizer, partiram de uma idéia pré-concebida e foram à Bíblia procurar versículos que dessem sustentação à sua idéia.

Há cristãos que querem guardar a lei mosaica, porque encontraram os dez mandamentos na Bíblia, outros que constituem um clero de sacerdotes com vestes longas, porque também acharam isso na Bíblia, e há até religiões ditas cristãs cujos membros se reúnem para manusear serpentes venenosas com as mãos, porque encontraram isso também na Bíblia.

O fato de algo estar na Bíblia não torna isso automaticamente verdade, a menos que seja enxergado dentro de seu contexto e sob a luz do Espírito Santo. Enxergar dentro do contexto é ver o que foi dito antes, o que foi dito depois, para quem aquilo foi inicialmente falado, em que época, em que lugar, em que condições e, principalmente, se sua aplicação agora glorifica a Cristo (ou satisfaz os desejos da carne e exalta o homem).

Por exemplo, no tempo de minha incredulidade lia muita coisa ligada ao esoterismo, ocultismo e temas fantásticos. Lia livros de autores que encontravam discos voadores por toda a Bíblia e a usavam para justificar suas idéias. Isso porque eles liam querendo encontrar discos voadores ali, então, como diz o ditado, "para o martelo, tudo o que vê é prego".

Você escreveu: "Nosso exemplo é Jesus, será que ele teve doenças?"

É claro que não, porque Ele não tinha pecado, nasceu sem pecado, viveu sem pecado e era impossível a Ele pecar. "Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer- se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado". Hebreus 4:15 (outra tradução diz "but tempted in all things in like manner, sin apart".) Devemos nos lembrar também das palavras do anjo a Maria:

"E, respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso também o Santo, que de ti há de nascer, será chamado Filho de Deus". Lucas 1:35

Ao nos comparar com o Senhor (ou o Senhor conosco) querendo inferir que, se Ele não tinha doenças, nós também não devemos ter, fico a pensar se você realmente sabe de quem está falando quando fala de Jesus. Embora na forma humana, existe uma distância infinita entre Ele e Sua criatura arruinada pelo pecado. Enquanto Ele, que é chamado de "o Santo" e "Filho de Deus", veio a este mundo concebido pelo Espírito Santo e nascido de uma virgem, o ser humano nasceu pecador e traz em si a corrupção de sua carne. Por isso adoecemos e, finalmente, morremos, algo que nunca teria acontecido com o Senhor Jesus se Ele não tivesse dado Sua vida.
O Senhor não apenas não tinha doenças, como também não tinha o princípio da morte ativo nele. Ele não estava sujeito à morte, isto é, ninguém poderia matá-lo, fossem doenças, acidentes ou homens. Obviamente não é o seu caso e nem o meu, que vivemos por um fio. Se Ele morreu, foi porque entregou Sua vida.

Veja que existe uma diferença entre morrer e entregar a vida. Nenhum de nós consegue evitar a morte (a menos que Cristo volte antes) por mais saúde que tenha. Somente depois, com um corpo ressuscitado, é que estaremos imunes à doença e à morte. Antes disso, não. Ou você acredita que vai ser curada indefinidamente e jamais experimentar os estertores da morte se o Senhor não voltar antes disso?

Cristo, por não ter em Si a natureza pecaminosa que temos, era totalmente imune à doença e à morte. Como morreu então? Entregou Sua vida, algo que não podemos jamais fazer porque não temos poder para tanto.

"Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para a retomar. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho autoridade para a dar, e tenho autoridade para retomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai." João 10:18

Nem eu, nem você, podemos decidir morrer, dizer "agora vou morrer", e simplesmente entregar a vida, deixar de viver, só porque decidimos isso (obviamente não estou falando aqui do suicídio que é alguém aplicar sobre si mesmo uma ação externa de matar). Cristo podia fazer isso, tinha autoridade para dar a vida e retomá-la quando quisesse. Mas mesmo assim, Ele não a retomou de Sua própria vontade, mas Deus O ressuscitou. Ele não fazia coisa alguma por sua própria vontade quando esteve aqui.

Houve um momento na cruz em que Cristo simplesmente entregou Sua vida, deixou de viver, algo que não imaginamos como pode ser feito. Assim foi Sua morte. "Entregou o espírito". Quando o soldado furou seu lado com a lança, furou o corpo de um morto, e foi do corpo de um Cristo morto (e não enquanto estava vivo) que saiu o sangue da expiação dos pecados.

Você escreveu: "Muitos cristãos evangélicos estão enfermos por diferentes causas, só alguns exemplos: mágoa, raiva, ressentimentos... inveja... maldições que carregam de antepassados (doenças hereditárias), não conhecem sobre como os demônios enganam com doenças, enfermidades, não tem fé para ser protegidos dos trabalhos de macumba e outros ataques do reino das trevas, não conhecem o Poder e Autoridade que o Senhor Jesus nos tem entregue..."

A relação de males que você relacionou me fez lembrar o cardápio desses programas de pastores na TV repreendendo doenças e demônios a seu bel prazer, alguns chegando ao ponto de entrevistarem demônios e zombar deles, ao vivo e em cores. Essas pessoas me fazem lembrar do que o apóstolo Judas escreveu sobre o modo como alguns tratavam as potestades (sim, os demônios são, apesar de tudo, anjos, portanto superiores aos homens na hierarquia que Deus estabeleceu):

"Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda. Estes, porém (os 'falsos mestres' que 'rejeitam toda autoridade e blasfemam das dignidades') dizem mal do que não sabem". Judas 1:8,9
Você escreveu: "Como você vai viver como um verdadeiro filho de Deus com o poder , autoridade, domínio ,soberania que Deus nos entregou se você não tem certeza disso e não sabe a magnitude e ilimitado Poder e Autoridade que nós filhos de Deus temos".

O cristão não tem poder algum, não tem autoridade alguma, nem domínio ou soberania. Todo o poder e autoridade pertencem a Cristo e a primeira coisa que o cristão precisa aprender é a não abusar disso e só se valer dessa autoridade pela vontade de Deus e para Sua glória, não para satisfazer seus desejos pessoais. Multidões enchem templos hoje em dia correndo atrás de dinheiro, romance e saúde, e isso é alardeado em todos os canais de rádio e TV porque é isso que todo ser humano quer. Então promete-se poder para conseguir tudo isso e, evidentemente, fica muito claro que o nome de Cristo está sendo usado indevidamente.

Um policial tem autoridade delegada a ele pelo governo de seu país, mas ele deve estar bem ciente de como usar essa autoridade. É claro que ele pode prender quem ele bem entender, e o cidadão precisará se sujeitar a essa autoridade que a farda lhe concede, mas depois o policial terá de dar conta do abuso de autoridade que cometeu. Assim também, há muitos que hoje abusam da autoridade de Cristo, alguns que nem mesmo pertencem a Ele (Judas Iscariotes deve ter praticado curas e milagres também fazendo uso da autoridade de Deus).

Nunca se esqueça de que há um grupo de pessoas que serão repreendidas por Cristo, e não são pagãos ou feiticeiros, mas cristãos nominais que usaram o nome de Cristo sem nunca O terem conhecido. O Senhor chamou de "iniqüidade" o uso indevido de Seu nome e poder:

"Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então lhes direi claramemnte: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade". João 7:22,23
Conhecer a Cristo em função daquilo que Ele fez (e evidentemente pode fazer) por nossa vida aqui é colocá-Lo em um patamar muito baixo, é desejá-Lo apenas como um amuleto para resolver nossos problemas passageiros. Ele mesmo nunca confiou nas pessoas que O buscavam com essa intenção:

"E, estando ele em Jerusalém pela páscoa, durante a festa, muitos, vendo os sinais que fazia, creram no seu nome. Mas o mesmo Jesus não confiava neles, porque a todos conhecia". João 1:23,24; 6:26
A ocupação do cristão deve ser com um Cristo vivo, no céu, com a eficácia do Seu sacrifício por nossos pecados, com Sua formosura, Sua aceitação diante de Deus, com todas a Sua Pessoa, e não com as dificuldades passageiras desta vida. Evidentemente devemos orar a Deus pelas nossas dificuldades, mas fazer delas o centro de nossa atenção e devoção é perder de vista o fato de que este corpo fatalmente irá se deteriorar dia após dia e que não é nele ou aqui nesta vida que teremos realizadas todas as promessas de Deus para nós, mas quando estivermos transformados, ressucitados em um corpo à semelhança daquele que Ele hoje tem.

"Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, Cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas. Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas". Filipenses 3:18-21
Finalmente, lembre-se de que Deus usa até mesmo as enfermidades para nosso aprendizado, e você encontra na Bíblia enfermos que nunca foram curados, como Paulo e Timóteo. Se Deus permitir que um cristão seja enfermo enquanto viver aqui, o que fazer?

Tenho um filho portador de paralisia cerebral, cego, que não fala e nem anda. Deveria me atribular por achar que isso se deve a falta de fé dele ou minha? Pelo contrário. O que importa é que Deus seja glorificado em tudo, na saúde ou na doença, porque tenho certeza de que aqui não é o lugar e nem a condição adequada ao cristão.

Se vivermos só por vista, passaremos a vida angustiados, querendo ver sinais e maravilhas, só encontrar pessoas saudáveis, ricas e felizes, como prometem os pregadores da prosperidade. Porém, para o cristão que vive pela fé, Cristo é suficiente e a Sua vontade, que pode inclusive incluir que alguém testemunhe dele no leito de enfermidade, será sempre aceita como a melhor. O cristão não vive com seus olhos aqui, onde Satanás e o pecado prevalecem, mas lá, onde Cristo está.

"Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas". 2 Coríntios 4:16, 17, 18
 
autor Mario Persona 

A piscina e a cruz

Conta-se que um excelente nadador tinha o costume de correr até a água e molhar somente o dedão do pé antes de qualquer mergulho. Alguém intrigado com aquele comportamento lhe perguntou qual razão daquele hábito. O nadador sorriu e respondeu: Há alguns anos eu era um professor de natação de um grupo de homens. Eu os ensinava a nadar e a saltar de trampolim. Certa noite, eu não conseguia dormir e fui à piscina para nadar um pouco. Não acendi a luz pois a lua brilhava através do teto de vidro do clube. Quando eu estava no trampolim, vi minha sombra na parede da frente. Com os braços abertos, minha imagem formava uma magnífica cruz. Em vez de saltar, fiquei ali parado, contemplando minha imagem. Nesse momento pensei na cruz de Jesus Cristo e em seu significado. Eu não era um cristão, mas quando criança aprendi que Jesus tinha morrido para nos salvar pelo seu precioso sangue. Naquele momento as palavras daquele ensinamento me vieram a mente e me fizeram recordar do que eu havia aprendido sobre a morte de Jesus. Não sei quanto tempo fiquei ali parado com os braços estentidos. Finalmente desci do trampolim e fui até a escada para mergulhar na água. Desci a escada e meus pés tocaram o piso duro e liso do fundo da piscina. Haviam esvasiado a piscina e eu não tinha percebido. Tremi todo, e senti um calafrio na espinha. Se eu tivesse saltado seria meu último salto. Naquela noite a imagem da cruz na parede salvou a minha vida. Fiquei tão agradecido a Deus, que ajoelhei na beira da piscina, confessei os meus pecados e me entreguei a Ele consciente de que foi exatamente em uma cruz que Jesus morreu para me salvar.Naquela noite fui salvo duas vezes e, para nunca mais me esquecer, sempre que vou à piscina molho o dedão do pé antes de saltar na água". Deus tem um plano na vida de cada um de nós e não adianta querermos APRESSAR ou RETARDAR as coisas, pois tudo acontecerá no seu devido tempo.

autor desconhecido 

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Quando Deus usa servo não tem jogo de empurra empurra 3


O servo corrupto

Leitura: Lucas 4:27-30; 2 Reis 5


Na Bíblia o rio Jordão significa a morte. Basta lembrar que era o Jordão que separava os israelitas da terra prometida, ao terminarem sua peregrinação no deserto. Moisés havia prometido: "Vocês atravessarão o Jordão e se estabelecerão na terra que o Senhor, o seu Deus, lhes dá como herança, e ele lhes concederá descanso de todos os inimigos que os cercam " (Dt 12:10).

Se você ler o capítulo 3 do livro de Josué verá que os sacerdotes foram na frente do povo carregando a Arca da Aliança e, ao chegarem às águas do Jordão, estas pararam de correr, formando uma muralha líquida a uma grande distância dali. Enquanto a Arca da Aliança permanecia no meio do leito do rio, carregada pelos sacerdotes, o povo atravessou em segurança e entrou na terra prometida.

Para o crente em Jesus, o mundo é um deserto, a terra prometida é o céu e o rio Jordão, que para qualquer outro significaria meramente morte seguida de juízo, se transforma em porta de acesso para o céu. Isto porque Jesus, representado pela Arca da Aliança, foi na frente e passou pela morte em nosso lugar, detendo as águas do juízo de Deus. "Quando você atravessar as águas, eu estarei com você; e, quando você atravessar os rios, eles não o encobrirão", escreveu Isaías (Is 43:2).

Por isso, ao banhar-se no Jordão, Naamã estava em figura crendo na Palavra de Deus e assumindo o lugar de morte; o lugar que Cristo tomou por nós. E a sua cura se deu por pura graça, pois ele nem mesmo merecia ser curado, por ser um inimigo de Israel e estranho às promessas de Deus para o seu povo.

A princípio Naamã não queria aceitar lavar-se no Jordão, pois achava muito banal, e é esta a reação de muitos hoje. São os que ouvem falar que a salvação é por fé em Jesus e indagam: "Como assim? Basta eu crer em Jesus? Não é possível que a salvação seja fácil assim! Eu preciso fazer algo, dar esmolas, esforçar-me, perseverar até o fim, fazer penitência etc...". O que essas pessoas não percebem é que a salvação é realmente difícil. Mas o sacrifício que ela exigia era maior do que qualquer pecador poderia fazer; ela custou a vida do Filho de Deus.

Assim que Eliseu despede Naamã em paz, a cobiça toma conta de Geazi, servo do profeta. Ele sai atrás de Naamã para pedir um pagamento. Talvez tenha sido ele quem levou a Naamã a mensagem de salvação. Não é por levar a mensagem de salvação que alguém se torna um homem de Deus. Jesus avisou que muitos diriam "Senhor, Senhor", pregariam e fariam maravilhas em seu nome, sem que o próprio Jesus os reconhecesse. Geazi representa esses que pregam a Palavra em troca de benefícios materiais. Ao voltar para casa, Eliseu já sabe que seu servo se corrompeu, e diz: "Este não era o momento de aceitar prata nem roupas, nem de cobiçar olivais, vinhas, ovelhas, bois, servos e servas. Por isso a lepra de Naamã atingirá você e os seus descendentes para sempre" (2 Rs 5:26-27).

Na verdade e este é o fim que Deus reserva aos mercenários da fé.