terça-feira, 16 de dezembro de 2014

vivendo submisso ao Rei Jesus

Leitura: Lucas 19:11

No episódio anterior Jesus declarou que a salvação havia entrado na casa de Zaqueu, mas não por merecimento de Zaqueu. A salvação é recebida por fé, a mesma fé de Abraão, chamado de “pai de todos os que creem” (Rm 4:9-11). Agora Jesus vai falar da responsabilidade daquele que crê com o coração e com a boca confessa que Cristo é seu Senhor. Se a salvação é recebida por graça e mediante a fé, a recompensa é recebida pelas obras e pelo modo como o crente utiliza o que recebeu de Deus.

Mas antes Jesus precisava esclarecer algo. Com sua presença no mundo aqueles judeus “foram iluminados, provaram o dom celestial, tornaram-se participantes do Espírito Santo, experimentaram a bondade da palavra de Deus e os poderes da era que há de vir” (Hb 6:4-5), ou seja, do reino do Messias. Agora, “porque [Jesus] estava perto de Jerusalém o povo pensava que o Reino de Deus ia se manifestar de imediato” (Lc 19:11). Porém os profetas indicavam uma ausência do Messias entre sua primeira vinda e o estabelecimento do Reino em glória. O profeta Daniel dissera: “O Ungido será morto, e já não haverá lugar para ele” (Dn 9:26).

O Reino de Deus aparece em diferentes aspectos no Novo Testamento. João Batista veio como precursor do Rei para anunciar esse reino. Seu discurso era: “O tempo é chegado... O Reino de Deus está próximo” (Mc 1:15). Então, no início de seu ministério, Jesus declarou, “O Reino de Deus está entre vocês” (Lc 17:21), pois ele, o Rei, estava entre eles ainda que o reino não tivesse sido estabelecido em poder. Após Jesus morrer, ressuscitar e subir aos céus, o Reino permanece na terra em sua ausência e dele fazem parte os que se sujeitam a Cristo, vivendo segundo os princípios que ele estabeleceu para o seu Reino. Esses são os “bem aventurados” dos capítulos 5 de Mateus e 6 de Lucas.

Fica fácil entender se nos lembrarmos da História do Brasil. Quando D. João VI transferiu o reino para as terras brasileiras, Portugal foi invadido e dominado por Napoleão. Os portugueses que continuaram a viver em Portugal permaneceram sujeitos a um rei ausente, falando a língua e praticando os costumes desse reino, mesmo vivendo em terras tomadas pela França. Assim vivem os cristãos no Reino de Deus, um reino cujo Rei viajou para o céu e prometeu voltar. 

quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Seja útil para Deus

Leitura: Lucas 19:28-35

Em seu caminho em direção a Jerusalém Jesus envia “dois dos seus discípulos, dizendo-lhes: ‘Vão ao povoado que está adiante e, ao entrarem, encontrarão um jumentinho amarrado, no qual ninguém jamais montou. Desamarrem-no e tragam-no aqui. Se alguém lhes perguntar: ‘Por que o estão desamarrando?’ digam-lhe: ‘O Senhor precisa dele.’”. Os discípulos fazem como lhes fora ordenado. Depois, “lançaram seus mantos sobre o jumentinho e fizeram que Jesus montasse nele.” (Lc 19:28-35).

O jumento xucro representa o homem religioso, ainda amarrado à Lei dada a Moisés para restringir seus passos e impedir que ele se comporte como um animal selvagem. Paulo explica que “antes que viesse esta fé, estávamos sob a custódia da lei, nela encerrados, até que a fé que haveria de vir fosse revelada. Assim, a lei foi o nosso tutor até Cristo, para que fôssemos justificados pela fé. Agora, porém, tendo chegado a fé, já não estamos mais sob o controle do tutor.” (Gl 3:23-25).

Jesus ordena aos discípulos que desamarrem o jumento para este poder ser útil e transportar o Senhor. Hoje cada crente em Cristo está liberto da Lei e pode servir a Cristo levando alegremente o seu nome e testemunho neste mundo como prova de gratidão, e não por obrigação. Os fariseus costumavam fazer o contrário: Atavam “fardos pesados e difíceis de suportar” (Mt 23:4) e os colocavam nos ombros dos homens, apesar de eles próprios não desejarem carregá-los. Muitos líderes religiosos fazem o mesmo hoje com seus seguidores, alheios ao fato de que a salvação não é recebida por mérito ou pela guarda da Lei, mas por graça.

Por outro lado, há também os que compreendem que sua salvação é por graça, porém estão interessados apenas em se verem livres das amarras. Se o jumento tivesse apenas sido solto, que utilidade teria para o Senhor? Todavia, “o amor de Cristo nos constrange, porque estamos convencidos de que um morreu por todos; logo, todos morreram. E ele morreu por todos para que aqueles que vivem já não vivam mais para si mesmos, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou.” (2 Co 5:14-15).

Depois de liberto da Lei, do pecado e da condenação, para quem você vive? Como tem empregado sua vida aqui? Que utilidade você tem para Deus?


domingo, 7 de dezembro de 2014

parábola dos talentos

Leitura: Lucas 19:12-27

Jesus conta uma parábola: “Um homem de nobre nascimento foi para uma terra distante para ser coroado rei e depois voltar. Então, chamou dez dos seus servos e lhes deu dez minas. Disse ele: ‘Façam esse dinheiro render até à minha volta’. Mas os seus súditos o odiavam e depois enviaram uma delegação para lhe dizer: ‘Não queremos que este homem seja nosso rei’. Contudo, foi feito rei e voltou. Então mandou chamar os servos a quem dera o dinheiro, a fim de saber quanto tinham lucrado.” Será bom você ler Lucas 19:12-27 para conhecer a história completa.

Jesus está se referindo ao fato de o povo pensar “que o Reino de Deus ia se manifestar de imediato” (Lc 19:11). Mas não. Antes de voltar para reinar Jesus teria de morrer, ressuscitar e ser glorificado. Jesus é esse“homem de nobre nascimento” da parábola que agora está nessa “terra distante” de onde prometeu voltar. Os judeus são os que declararam “Não queremos que este homem seja nosso rei” (Lc 19:14) e “Que o sangue dele caia sobre nós e sobre nossos filhos” (Mt 27:25), ao rejeitarem seu testemunho em vida e assumirem a responsabilidade por sua morte.

Na continuação da parábola o Rei volta e passa a indagar dos servos quanto tinha rendido os recursos que cada um recebeu para administrar. O primeiro fez a “mina” ou moeda que recebeu render “outras dez”, e seu empenho é premiado com a responsabilidade de governar sobre “dez cidades”. O segundo transformou uma moeda em cinco e foi posto sobre cinco cidades. O terceiro não negociou com a moeda e nem teve a iniciativa de investi-la para render juros, e ainda culpa o Rei por seu marasmo: “Tive medo, porque és um homem severo. Tiras o que não puseste e colhes o que não semeaste” (Lc 19:21).


Aquela era a opinião que o mau servo tinha do Rei, que aproveita para julgá-lo segundo suas próprias palavras e recompensar o que mais multiplicou o dinheiro. O Rei diz: “‘Tomem dele a sua mina e deem-na ao que tem dez’. ‘Senhor’, disseram, ‘ele já tem dez!’  Ele respondeu: ‘Eu lhes digo que a quem tem, mais será dado, mas a quem não tem, até o que tiver lhe será tirado.’” (Lc 19:23-26). Enquanto os dois primeiros servos representam cristãos genuínos, este último pode tanto representar um falso professo como também um que será “salvo como alguém que escapa através do fogo” (1 Co 3:15), sem nada ter construído para Deus.