quinta-feira, 9 de maio de 2013

Sinais e maravilhas



Leitura: Lucas 11:14-16

Em nosso capítulo 11 de Lucas vimos que o pedido dos céticos para que Jesus lhes desse um sinal do céu fazia parte da estratégia de Satanás para confundir os que se admiravam com a libertação operada por Jesus. Eles argumentavam que Jesus expulsava demônios pelo poder de Belzebu, o príncipe dos demônios, quando na verdade era pelo poder do Espírito Santo que o Senhor fazia todas as coisas.

Por dizerem que Jesus estava possesso eles seriam privados da salvação, como ele explica no Evangelho de Marcos: "'Eu lhes asseguro que todos os pecados e blasfêmias dos homens lhes serão perdoados, mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca terá perdão: é culpado de pecado eterno'. Jesus falou isso porque eles estavam dizendo: 'Ele está com um espírito imundo'" (Mc 3:28-30).

Hoje é impossível alguém blasfemar contra o Espírito Santo da maneira prevista aqui. Somente alguém que vivesse naquela época e lugar poderia afirmar que Jesus estava fazendo seus milagres pelo poder do diabo. Mas hoje é possível alguém privar-se da salvação por rejeitar o Salvador. Afinal, se alguém rejeita Aquele que morreu no lugar do pecador, como espera receber o perdão?

Eles pedem a Jesus um sinal do céu. A Bíblia fala de muitos sinais, milagres e maravilhas, alguns vindos de Deus, outros do diabo. Satanás pode usar pessoas, como os magos de Faraó, para imitarem os sinais de Deus, ou fazer seus sinais diretamente, como fez na tentação no deserto quando levou Jesus "a um lugar alto e mostrou-lhe num relance todos os reinos do mundo" (Lc 4:5). Portanto o sinal em si não é garantia de que seja Deus agindo. Ao contrário, o diabo quer que as pessoas fiquem viciadas e dependentes de sinais, pois assim estarão preparadas para a vinda do anticristo.

“A vinda desse perverso é segundo a ação de Satanás, com todo o poder, com sinais e com maravilhas enganadoras. Ele fará uso de todas as formas de engano da injustiça para os que estão perecendo, porquanto rejeitaram o amor à verdade que os poderia salvar” (2 Ts 2:9-10). Em Apocalipse diz que o anticristo fará “grandes sinais, chegando a fazer descer fogo do céu à terra, à vista dos homens” e por causa dos sinais ele enganará os habitantes da terra (Ap 13:13-14).

Mas existe um sinal que o diabo não faz: dar vida eterna a uma alma morta em seus pecados. Este é o maior de todos os milagres, pois seus efeitos são eternos. As pessoas alimentadas, curadas ou ressuscitadas de forma milagrosa por Jesus nos evangelhos depois tiveram fome, adoeceram e morreram. Portanto se você quer se ocupar com sinais e milagres, ocupe-se com o melhor deles: a salvação, sua e das pessoas que o cercam. Alimente-as com o Pão da vida que é Jesus e ajude-as a encontrar nele a cura de seus pecados e a ressurreição para a vida.

O forte e o mais forte

Leitura: Lucas 11:17-22

Jesus afirma que “todo reino dividido contra si mesmo será arruinado, e uma casa dividida contra si mesma cairá. Se Satanás está dividido contra si mesmo, como o seu reino pode subsistir? Se eu expulso demônios por Belzebu, por quem os expulsam os filhos de vocês? Por isso eles mesmos estarão como juízes sobre vocês” (Lc 11:18-19). Expulsar demônios não era uma prática desconhecida dos judeus, e havia em Israel exorcistas que bem sabiam que Satanás não podia lutar consigo mesmo, ou seu reino não subsistiria.

A vinda do Filho de Deus causou um reboliço na esfera espiritual, tirando o sossego de Satanás, seus anjos e demônios. O Rei prometido de Israel tinha chegado cumprindo cada profecia feita a respeito dele pelos antigos profetas. Apesar de o povo não o reconhecer, os demônios sabiam quem ele era, só não o esperavam tão cedo. Por isso em Mateus 8:29 a legião de demônios que atormentava os gadarenos possessos exclamou: “Que queres conosco, Filho de Deus? Vieste aqui para nos atormentar antes do devido tempo?” (Mt 8:29).

Aqui Jesus fala de dois reinos: o reino de Satanás e o Reino de Deus. Ele diz: “Se é pelo dedo de Deus que eu expulso demônios, então chegou a vocês o Reino de Deus” (Lc 11:20). O Reino havia chegado na Pessoa de Jesus e representava o começo do fim para Satanás. A semente da mulher, prometida no Éden para esmagar a cabeça da serpente, vinha reclamar seus domínios. Jesus fala em parábola: “Quando um homem forte, bem armado, guarda sua casa, seus bens estão seguros. Mas quando alguém mais forte o ataca e vence, tira-lhe a armadura em que confiava e divide os despojos” (Lc 11:21-22).

Até aquele momento Satanás, o “homem forte”, tinha agido com relativa liberdade, aprisionando as almas nas trevas. Porém, um mais forte do que ele havia chegado para vencê-lo. Grande parte da batalha não seria vista por olhos humanos e a cruz iria parecer uma derrota para o Filho de Deus. Mas seria ali que Satanás receberia o golpe mortal. A partir daí o diabo tenta desesperadamente arrastar consigo o máximo de pessoas. “Ele está cheio de fúria, pois sabe que lhe resta pouco tempo” (Ap 12:12). Paulo escreve aos cristãos da igreja em Colossos:

“Quando vocês estavam mortos em pecados e na incircuncisão da sua carne, Deus os vivificou juntamente com Cristo. Ele nos perdoou todas as transgressões, e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz, e, tendo despojado os poderes e as autoridades [ou seja, os demônios e anjos caídos], fez deles um espetáculo público, triunfando sobre eles na cruz... Pois ele [Cristo] nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados.” (Cl 2:13-15; 1:13-14).

As cartas proféticas


Leitura: Apocalipse 2 e 3
Assim como encontramos nos evangelhos os judeus zelosos de sua religião, porém vazios de Cristo, a história da cristandade evoluiu no mesmo sentido e esse declínio aparece nas cartas às sete igrejas de Apocalipse. Para entender o que vou dizer é preciso que você leia atentamente os três primeiros capítulos de Apocalipse e repare nas três divisões apontadas na ordem dada por Jesus a João no capítulo 1, versículo 19: “Escreva as coisas que você viu, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer”.

“As coisas que você viu” são a própria visão que João teve, de Jesus aparecendo a ele. As coisas “que são” referem-se ao período ao qual João pertencia, o mesmo que nós pertencemos, ou seja, o período da igreja descrito nos capítulos 2 e 3 de Apocalipse. As coisas “que depois destas hão de acontecer” são futuras ao período da igreja, e isto é mostrado na ordem dada a João no capítulo 4, versículo 1: “Suba para cá, e lhe mostrarei o que deve acontecer depois dessas coisas”. Nos capítulos 2 e 3 você encontra um resumo da história da cristandade. Na época de João a maior parte ainda era profética, mas hoje quase tudo é passado.

A carta à igreja de Éfeso revela um estado de apatia da igreja por ter deixado seu primeiro amor, Jesus. Cronologicamente ela representa a igreja do primeiro século, e seus desvios já apareciam nas epístolas da época. A carta a Esmirna mostra que ela não recebeu reprovação, mas consolo por ter sido perseguida. Ela representa o período do primeiro ao quarto séculos, quando os cristãos foram duramente perseguidos e martirizados pelos imperadores romanos.

Então vem a carta à igreja de Pérgamo, que fala da cristandade comprometendo-se com as instituições seculares e colocando-se à sombra do poder. Os cristãos se acomodaram ao mundo e passaram a habitar onde está o trono de seu príncipe, Satanás. Ali já vemos pessoas com o espírito de Balaão, buscando lucrar com as coisas de Deus e levando o povo a tropeçar na idolatria. Surge a doutrina dos nicolaítas, um embrião do clericalismo. Pérgamo representa o quarto e quinto séculos, quando o imperador Constantino fez do cristianismo a religião do império, oficializou o clero e tornando Roma a cidade referência dos cristãos.

Éfeso, Esmirna e Pérgamo passariam e suas características ficariam apenas na história do testemunho cristão neste mundo. Porém é na carta a Tiatira que Jesus faz, pela primeira vez, menção de sua vinda, ao dizer “até que eu venha” (Ap 2:25). Nas três cartas seguintes ele diz “Virei como um ladrão”, “Venho em breve” e “Estou à porta” (Ap 3:3, 11, 20), dando a entender que estas quatro fases do testemunho cristão permaneceriam até sua vinda.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

voce e contra ou a favor?

Leitura: Lucas 11:23

Jesus diz: “Aquele que não está comigo é contra mim, e aquele que comigo não ajunta, espalha” (Lc 11:23). No trânsito você pode ser aquele que flui com o tráfego ou o que está parado bloqueando tudo, ou ainda o que trafega na contra mão. Mas neutro você não é. Seu posicionamento tem um efeito sobre você e sobre os que o cercam. Assim é também em relação a Cristo. É impossível ser neutro. Se você não está com ele, está contra ele; se não ajunta, espalha.

Você pode até dizer que já tem uma religião e não tem nada a ver com Satanás. Mas o fato de ainda não ter a salvação e o perdão dos pecados pela fé em Jesus faz com que permaneça na mesma posição de todo pecador não redimido, ou seja, sob o domínio das trevas. Saulo era um judeu muito religioso, mas veja o que Jesus lhe falou no caminho para Damasco, quando foi levado a se converter:

“Sou Jesus, a quem você está perseguindo. Agora, levante-se, fique de pé. Eu lhe apareci para constituí-lo servo e testemunha do que você viu a meu respeito e do que lhe mostrarei. Eu o livrarei do seu próprio povo e dos gentios, aos quais eu o envio para abrir-lhes os olhos e convertê-los das trevas para a luz, e do poder de Satanás para Deus, a fim de que recebam o perdão dos pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim” (At 26:15-18).

Talvez você seja um cristão verdadeiramente convertido, porém ao convidar pessoas para pertencerem à sua denominação não percebe que está cumprindo a segunda parte das palavras de Jesus: “Aquele que comigo não ajunta, espalha” (Lc 11:23). Ajuntar com Cristo é o desejo de Deus. Espalhar é o trabalho do diabo. João 10:12 diz que “o lobo ataca o rebanho e o dispersa” e em Atos 20:29-30 Paulo avisa: “Depois da minha partida lobos ferozes penetrarão no meio de vocês e não pouparão o rebanho. E dentre vocês mesmos se levantarão homens que torcerão a verdade, a fim de atrair os discípulos”.

No Antigo Testamento Deus designou um só lugar para Israel oferecer sacrifícios e adorar: “O local que o Senhor, o seu Deus, escolher para pôr o seu Nome” é repetido três vezes em Deuteronômio 12. Hoje Jerusalém já não é o lugar e Deus está buscando por adoradores que o adorem em espírito e verdade. Mas uma coisa permanece, o Nome que é o polo de atração e reunião. Hoje sabemos que Nome é esse, o único que deveria identificar um cristão e o único ao qual é possível juntar para não espalhar. Jesus prometeu: “Onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles” (Mt 18:20), e Paulo explicou: “Nós, sendo muitos, somos um só pão e um só corpo” (1 Co 10:17).

Você procura ajuntar as pessoas ao nome de Jesus ou as espalha pelas denominações que os homens criaram?

a casa vazia e arrumada

Leitura: Lucas 11:24-26

Jesus diz, a respeito de Israel: “Quando um espírito imundo sai de um homem, passa por lugares áridos procurando descanso, e não o encontrando, diz: ‘Voltarei para a casa de onde saí’. Quando chega, encontra a casa varrida e em ordem. Então vai e traz outros sete espíritos piores do que ele, e entrando passam a viver ali. E o estado final daquele homem torna-se pior do que o primeiro” (Lc 11:24-26). Em boa parte do Antigo Testamento você encontra Israel imerso em idolatria. Até mesmo Salomão acabou unindo-se a mulheres pagãs e o povo adotou seus costumes idólatras. Mais tarde o reino se dividiu e as dez tribos que ficaram fora do lugar que Deus havia estabelecido para colocar o seu nome mergulharam na idolatria e acabaram cativas do inimigo.

Mas as tribos de Judá e Benjamim, que permaneceram em Jerusalém e das quais descendem os que hoje conhecemos por judeus, não ficaram atrás em termos de idolatria. Diversas vezes vemos Deus repreendendo o seu povo por causa da idolatria, salvo em breves períodos quando algum rei fazia uma faxina parcial, eliminando ídolos e lugares de adoração que os homens criavam fora do lugar determinado por Deus. Então, ao chegarmos aos evangelhos, vemos o povo judeu livre de idolatria e zeloso em guardar a Lei. O que podia haver de errado nisso? O próprio Jesus diz no evangelho de Mateus:

“Ai de vocês, mestres da lei e fariseus, hipócritas! Vocês dão o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas têm negligenciado os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade... Vocês limpam o exterior do copo e do prato, mas por dentro eles estão cheios de ganância e cobiça... Vocês são como sepulcros caiados: bonitos por fora, mas por dentro estão cheios de ossos e de todo tipo de imundície. Assim são vocês: por fora parecem justos ao povo, mas por dentro estão cheios de hipocrisia e maldade” (Mt 23:23-28). E Deus, por meio do profeta Isaías, já dizia: “Não posso suportar iniquidade associada ao ajuntamento solene” (Is 1:13).

Os judeus haviam se tornado uma “casa varrida e em ordem”, mas estavam tão orgulhosos de si mesmos que expulsaram o próprio Senhor, o único que deveria ocupar tal “casa”. Satanás aproveitará a casa vazia para invadi-la com “sete espíritos piores” do que o que havia no Israel idólatra do Antigo Testamento. Nos sete anos de tribulação que se seguirão ao arrebatamento da igreja Israel acolherá uma idolatria pior do que a do passado, ao crer na mentira do anticristo. A última condição desse judaísmo reformado será muito pior do que a primeira.

Esta verdade não é diferente para muitos hoje que seguem alguma forma de religião vazia de Cristo e cheia de justiça própria, ainda que livre de idolatria, como é o judaísmo atual. No futuro a própria cristandade será a grande aliada do anticristo